Canindé de França: Política de Desenvolvimento do Brasil Rural!

O documento apresenta a Política de Desenvolvimento do Brasil Rural (PDBR), elaborada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF), e resulta dos debates e elaborações acumulados em seus dez anos de existência que culminaram em junho de 2008, em Olinda, Pernambuco, na I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – I CNDRSS.
Por Canindé de França

Esta política de desenvolvimento apresenta à sociedade brasileira um conjunto de estratégias e ações capazes de contribuir para a afirmação de um novo papel para o rural na estratégia do desenvolvimento nacional e a consolidação de uma vida digna às populações que optaram por trabalhar e viver nas áreas rurais do país.

A proposta de Política de Desenvolvimento do Brasil Rural foi aprovada pelo Condraf em 24 de fevereiro de 2010, e está assentada em sete princípios: democracia; sustentabilidade; inclusão; diversidade; soberania; igualdade e solidariedade.

Aproveitamos a oportunidade para ressaltar a importância do Documento e publicar um comentário acerca de um dos princípios estruturantes da (PDBR), o princípio da Democracia, feito por João Torrens, sociólogo e membro do Condraf e do Departamento de Estudos Sócios Econômicos Rurais – DESER, de Curitiba, Paraná..

" As raízes autoritárias presentes na cultura nacional precisam ser superadas por meio do estímulo à construção e consolidação de novas relações políticas. A ampliação do processo de democratização da democracia brasileira é um desafio permanente da ação política das organizações da sociedade civil e das instituições públicas do Estado. A implementação da Política de Desenvolvimento do Brasil Rural pretende criar condições para a incorporação do princípio democrático nos diferentes espaços sociais da vida rural ".

Indiscutivelmente, a construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil passa necessariamente por um olhar diferenciado para o campo brasileiro, o rural que foi sempre objeto de preconceito e de substimação, de oportunidades reduzidas e de poucos investimentos em sua infra-estrutura, de hábitos e cultura poucos reconhecidos e valorizados por uma elite que apenas modernizou os instrumentos, mas que mantém a concepção e o modo de tratar as coisas e, principalmente, as pessoas como se ainda estivéssemos na fase pré-colonial.

Como membro do Condraf, representando a Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra – ANOTER, participei e pude contribuir com as discussões e elaboração do referido documento.
 

Canindé de França é advogado e Vice-presidente estadual do PCdoB/RN