Sem categoria

Marcha e seminário LGBT marcaram a semana em Brasília

Militantes do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) de todo o país se reuniram nesta quarta-feira (19/5), em Brasília, para a 1ª Marcha Nacional contra a Homofobia. Mais de 1,5 mil pessoas participaram da passeata, que marcou a primeira atividade em que a Associação Brasileira de LGBT (ABGLT) conseguiu reunir todas as suas entidades filiadas em um único ato. O movimento participa também um seminário na Câmara dos Deputados e de palestras na UnB.

- Foto: Elza Fiúza/ABr

O movimento reivindica a garantia de um Estado laico (sem interferência religiosa nas decisões públicas), a aprovação imediata do projeto de lei que criminaliza a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, e uma decisão favorável da Justiça sobre a união civil entre casais homoafetivos.

Trajando roupas pretas em sinal de luto às 238 mortes de travestis registradas no ano passado, os participantes da marcha percorreram a Esplanada dos Ministérios. Cruzes foram colocadas no gramado em frente ao Congresso Nacional para simbolizar as vítimas do preconceito.

Fundamentalistas

Para o coordenador-geral da marcha, Carlos Magno, o maior entrave para o avanço dos direitos dos homossexuais é o controle exercido pela igreja em temas que deveriam ser exclusivos do Estado. "Os fundamentalistas religiosos têm interferido no Estado e impedem os avanços de qualquer direito relacionado aos homossexuais, precisamos mudar isso", disse.

O professor Maurivam Monteiro saiu de Pernambuco para participar da marcha. Para ele, esse tipo de manifestação abre a discussão sobre a necessidade de se respeitar as diferenças. "Estou aqui para lutar por uma visão social geral ao respeitar as diferenças. Repensar alguns valores e, principalmente, a questão do respeito ao outro", afirmou o educador.

O diretor de LGBT da União Nacional dos Estudantes (UNE), Denilson Alves, também participou da organização da marcha. A entidade lançou um manifesto contra a homofobia (confira ao fim da matéria).

De olho no voto

Como parte das atividades relativas ao Dia Internacional de Combate à Homofobia, a Câmara dos Deputados realizou na terça-feira (18/5) o 7º Seminário de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, com o tema "Direitos Humanos de LGBT: Cenários e Perspectivas".  Promovido desde de 2004 no Congresso, neste ano o seminário debateu a situação dos direitos humanos de LGBT no Brasil e as questões relacionadas à união estável, estado laico e fundamentalismo religioso.

Uma das queixas dos participantes é a lentidão do Congresso para aprovar medidas que favoreçam a ampliação de direitos da comunidade LGBT. Durante o seminário, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, sugeriu que os eleitores prestem atenção nos parlamentares comprometidos com a causa e pediu aos “fundamentalistas que estão no Congresso” que os respeitem. Secretário de Finanças da ABGLT, Léo Mendes cobrou a elaboração de um “estatuto da cidadania LGBT”.

Nos dias 17 e 18, houve ainda os debates do Seminário UnB Fora do Armário, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB), em conjunto coma  UNE e a ABGLT.

De São Paulo, Luana Bonone, com Agência Brasil

Matéria atualizada às 11h53 para correção de informação. No lugar de "Diretor de Diversidade Sexual da União Nacional dos Estudantes", a informação foi corrigida para "Diretor de LGBT da União Nacional dos Estudantes".