Chávez diz que Oliver Stone fará outro filme sobre seu governo
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou neste domingo que o cineasta americano Oliver Stone está preparando a segunda parte de seu documentário South of the Border, sobre sua revolução e a chegada ao poder de líderes esquerdistas na América Latina.
Publicado 30/05/2010 22:43
"Mantive uma reunião à meia-noite com Oliver Stone e sua equipe para outro filme (…), a segunda parte de South of the Border", disse o governante, em seu programa dominical Alô Presidente.
Sem revelar em que consistirá a segunda parte, Chávez lembrou que o primeiro filme narra a viagem do cineasta à América do Sul no início do ano passado e conta a chegada de Chávez ao poder e a visão de outros presidentes e líderes regionais sobre as mudanças na região.
"Stone me fez perguntas até as duas da manhã. Ele gosta de fazer sequências, fez o mesmo com Fidel (Castro): primeiro apresentou Comandante e depois fez a segunda parte, Looking for Fidel, acrescentou Chávez.
Na estreia de South of the Border em Caracas, na sexta-feira, Stone disse que "adoraria" entregar uma cópia de seu filme ao presidente americano, Barack Obama, como Chávez fez com o livro As Veias Abertas da América Latina, do uruguaio Eduardo Galeano.
Chávez disse que a "intenção" do filme de Stone era similar à sua quando deu o livro a Obama em uma cúpula realizada em Trinidad e Tobago. Stone disse que Chávez "é demonizado" nos Estados Unidos e que, por isso, decidiu fazer um filme com "uma visão diferente da que os americanos têm acesso".
Sobre o assunto, Chávez afirmou que, se é "satanizado" nos EUA e na Europa, "o grande mérito do filme é exatamente contar a verdade".
"South of the Border mostra o que está acontecendo (na América Latina): uma revolução humana, do amor, da alegria, da esperança e este filme não terminou, continua todos os dias", acrescentou.
Colômbia: caminho da paz
Chávez também falou em seu programa "Alô, presidente" sobre as eleições na Colômbia. Ele disse esperar que o vencedor das eleições seja alguém que siga "o caminho da paz e não da guerra", noticiou a agência italiana Ansa. "Tem que buscar a integração com a América do Sul e se unir ao novo mundo".
As relações diplomáticas entre Bogotá e Caracas estão "congeladas" desde julho de 2009, quando o mandatário venezuelano foi acusado pelo governo de Álvaro Uribe de contrabandear armas para guerrilheiros colombianos.
Além disso, as tensões foram intensificadas com o acordo firmado entre Bogotá e Washington, que prevê o envio de um contingente de até 1.400 soldados americanos para operar em sete bases em território colombiano durante dez anos.
O governo de Chávez, entre outros da região, consideraram que o tratado ameaça a paz e a soberania dos países da América do Sul.
Em várias ocasiões anteriores, o presidente venezuelano falou de seu desejo de ter como par na nação vizinha "alguém com quem se possa falar" e resolver a situação que afeta cidadãos da fronteira que divide ambos países.
Fonte: EFE