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Colômbia: partido de esquerda não apoia ninguém no 2º turno

O Polo Democrático Alternativo, principal grupo de oposição na Colômbia, divulgou a decisão de não apoiar nenhum dos dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia – nem governista Juan Manuel Santos, nem o integrante do partido Verde, Antanas Mockus. A definição aconteceu após Mockus recusar um acordo programático proposto pelo Pólo. A última etapa do pleito acontecerá no dia 20 de junho.

"Ante a decisão do candidato Antanas Mockus e do Partido Verde de não realizarem um acordo sobre cinco pontos programáticos com o Pólo Democrático Alternativo, o comitê executivo do Pólo adotou – por unanimidade e escutando os critérios de Gustavo Petro, ex-candidao presidencial – a decisão de não votar em nenum dos aspirantes à Presidência", diz uma nota assinada pela presidente do Pólo, Clara López Obregón.

"Consideramos uma incongruência ética convocar a cidadania a respaldar um candidato e um partido que se negam a subscrever um acordo público sobre temas de importância fundamental para o progresso da Colômbia. O Pólo Democrático Alternativo tem servido ao país. Nossa generosidade foi rechaçada por um partido que prefere o continuismo do atual governo", continua o texto.

Na nota, o Pólo afirma ainda que seguirá atuando "como porta-voz dos que lutam por uma Colômbia autenticamente democrática". A legenda, cujo candidato presidencial recebeu 1,35 milhão de votos no primeiro turno, havia decidido dialogar com Mockus, "para avançar em um acordo programático, com base na responsabilidade histórica que o partido tem com a Colômbia e a América Latina".

O objetivo era "contribuir com a derrota do regime autoritário uribista, que deixou a Colômbia em condições de profunda desigualdade social, crescimento do desemprego, violações aos direitos humanos e isolamento regional". O partido enviou, então, uma carta pública a Mockus, com algumas propostas a serem assimiladas pelo Partido Verde e o anúncio de que não aceitaria "pactos sobre cotas burocráticas, nem participaria de um eventual governo do PV, dadas as diferenças profundas nas concepções sobre o modelo econômico e social".

Mockus, contudo, se antecipou, rejeitando o acordo programático, que defendia superar a influência da máfia no Estado colombiano; a verdade, a justiça e a reparação para os crimes contra a humanidade e o fim da perseguição ao judiciário, aos partidos de oposição e aos movimentos sociais; a implementação de uma política para retirar a propriedade da terra das mãos de traficantes de drogas e das máfias, e entregá-las aos agricultores, às vítimas e aos deslocados; organizar uma nova política de relações internacionais na Colômbia, baseada na soberania política, econômica e militar e fundamentada no respeito aos princípios do direito internacional; a criação de sistemas públicos nos quais a saúde e educação são direitos humanos fundamentais.