Mais greve e aumento de passagem no Distrito Federal
Rodoviários devem entrar em uma nova greve a partir de amanhã (6/7). O motivo é o descumprimento do aumento de salários de 9%, prometido pelas empresas de ônibus do Distrito Federal. E as passagens dos transportes públicos devem aumentar. A tarifa, que já era uma das mais caras do país, pode ter aumento de 45%.
Publicado 05/07/2010 16:44 | Editado 04/03/2020 16:41

Motoristas e cobradores do Distrito Federal estão indignados com a falta de recebimento do aumento salarial e ameaçam nova greve. “Se as empresas não depositarem a diferença combinada dos nossos pagamentos até esta madrugada, os brasilienses vão amanhecer sem ônibus amanhã” afirma Nilson de Souza do Sindicato dos Rodoviários. E mesmo sem a devida remuneração dos trabalhadores, o valor das tarifas ultrapassará o cobrado em outras capitais, caso o GDF aceite percentual de reajuste proposto pelas empresas de transporte. O governo só deve responder à proposta após o dia 24 de julho, depois que tiver sido realizada uma auditoria nas contas das empresas.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Lúcio Lima, os salários relativos aos meses de maio e junho não obtiveram reajuste. "Como as empresas não cumpriram com o combinado, nós vamos tentar um novo acordo” O diretor afirma, ainda, que é possível que haja 100% de paralisação dos rodoviários nesta terça-feira (6/7). "Nós só encerramos a greve porque aceitamos a proposta dos empresários. Como não cumpriram com o prometido, podemos voltar com a paralisação", ressalta.
Os donos da empresas de ônibus reclamam que, desde 2005, os custos com salários dos rodoviários e combustível só aumentaram. O setor propôs ao GDF um reajuste de 42,5% das tarifas, que deve ser decidida pelo governo a partir do dia 24 de julho.
A juventude brasiliense não gostou da notícia do aumento das passagens. “Esse valor é abusivo. Não temos um sistema de transportes tão eficiente para pagarmos um valor tão caro” afirmou Felipe Andrade, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). E ameaçou protestar, “Se aumentarem as passagens, nós vamos às ruas. Não podemos deixar o brasiliense ser lesado dessa forma”, indignou-se Andrade.
O governo só deve dar uma resposta após o dia 24 de julho, mas se a alteração no preço da passagem de ônibus seguir percentual próximo ao proposto pelo setor, a tarifa mais cara de Brasília, que atualmente custa R$ 3, subirá para mais de R$ 4,20. Já a passagem mais utilizada, de R$ 2, subiria para mais de R$ 2,80.
Aumentos assim colocariam Brasília no topo da lista das passagens de ônibus mais caras do Brasil. A maior tarifa em Florianópolis, tradicional ocupante do posto, hoje é de R$ 2,95. Em outras capitais do país, a passagem média também está abaixo dos R$ 2,80.
Régia Vitória, de Brasília