Operários protestam por morte de colegas e param construção na BA
Trabalhadores paralisaram as atividades em todo o canteiro de obras do condomínio de luxo Le Parc, onde, na última quarta-feira (8), morreram dois operários. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (10), em assembléia geral realizada na entrada do canteiro, com a presença de mais de 4 mil operários e diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom-BA).
Publicado 14/09/2010 16:10
Muito tristes e revoltados com a morte dos colegas empregados da empreiteira Tecnotrav, Leandro Marques Cardoso e Roberto Rodson, ambos auxiliares de mecânico, e com a situação de um terceiro colega vitimado, Adilson do Nascimento, da empresa Austrália, que teve uma perna amputada e encontra-se na UTI, os trabalhadores decidiram que só retornarão ao trabalho quando as empresas construtoras do condomínio atenderem às reivindicações aprovadas na assembléia.
Na segunda-feira (13), as mobilizações continuaram em frente ao canteiro de obras do Le Parc e uma reunião com a direção do Sintracom-BA e representantes das empresas, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), nas Mercês. A SRTE interditou as gruas das obras e embargou a grua que desabou provocando o acidente.
A direção do Sintracom-BA já encaminhou à SRTE e às empresas construtoras do Le Parc, Andrade Mendonça, Cyrela Brazil Realty, Brasplan Empreendimentos e Construções, Jotagê Engenharia e Austrália Empreendimentos Imobiliários, a pauta onde constam, dentre outras, as seguintes reivindicações: imediato cumprimento das regras de segurança e saúde no trabalho; adoção das providências exigidas pela SRTE; laudo conclusivo de funcionamento seguro das gruas; fim da perseguição aos cipistas; fornecimento ao Sindicato, no prazo de 10 dias, de relações com os nomes de todos os trabalhadores contratados através de subempreiteiras, constando data de admissão, função, salário e dados civis (RG, CPF, PIS e CTPS); e construção no prazo de 10 dias de uma passarela sobre a Avenida Paralela, com o objetivo de evitar a perigosa travessia dos trabalhadores e os atropelamentos constantes que inclusive já vitimaram vários companheiros.
Os trabalhadores reivindicam também a melhoria imediata da qualidade da alimentação fornecida no canteiro, que atualmente é intragável; fim da demora no recolhimento da multa de 40% do FGTS na demissão de trabalhadores; pagamento de todas as rescisões e salários pendentes dos trabalhadores despedidos pelos subempreiteiros; e o fornecimento de transporte gratuito para os trabalhadores que necessitam se deslocar até a Suburbana e pontos não alcançados pelas linhas que transitam pela Paralela.
Fonte: Sintracom-BA