Honras de Estado: Há um ano Bergson Gurjão foi sepultado no Ceará
Quase quatro décadas após sua morte, Bergson Gurjão Farias continua sendo uma referência comunista de luta em defesa dos direitos do povo. Nesta quarta-feira (06/10), completa um ano do sepultamento do cearense assassinado em combate durante a Guerrilha do Araguaia. O militante comunista, morto em 1972 no Araguaia, teve o corpo identificado em julho de 2008 e recebeu honras de Estado.
Publicado 04/10/2010 20:45 | Editado 04/03/2020 16:32

Centenas de pessoas participaram das homenagens prestadas ao guerrilheiro cearense. O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) aterrissou na Base Aérea de Fortaleza trazendo a urna com os restos mortais de Bergson e a comitiva oficial da Presidência da República. Em cortejo, a comitiva seguiu em carro do Corpo de Bombeiros até a Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde Bergson cursava Química.
O velório de Bergson foi também um grande encontro de gerações. Muitos dos colegas que militaram com o cearense foram render homenagens ao guerrilheiro e o comentário era unânime: “ele foi uma pessoa especial”.
Ao final do dia, o corpo de Bergson Gurjão percorreu mais uma vez as ruas de Fortaleza, desta vez em direção ao cemitério Parque da Paz. Lá, depois de quase quatro décadas de espera, elepode ser sepultado junto ao pai.
Mais sobre Bergson Gurjão
Bergson era estudante de Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), vice-presidente do DCE eleito em 1968. Foi preso no Congresso da UNE em Ibiúna e, em 1968, excluído da universidade com base no Decreto-lei 477.
Em 1968, no Ceará, foi gravemente ferido na cabeça quando participava de manifestação estudantil na Praça José de Alencar. Em 1969, foi residir na região de Caianos, onde continuou suas atividades políticas. Em 08 de maio de 1972, foi ferido e morto em combate nas selvas do Araguaia.
A ossada de Bergson foi localizada em 1996, numa escavação feita na região do Araguaia, mas apenas 13 longos anos depois foi confirmada sua identificação. O anúncio oficial sobre a confirmação dos restos mortais foi feito no dia 07 de julho de 2008 ano pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República e pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
De Fortaleza,
Carolina Campos