Sem categoria

Nova arma americana será testada no pântano afegão

Os Estados Unidos revelaram nesta quarta-feira (1º/12) que testarão no Afeganistão uma nova arma que é capaz, segundo a mídia americana, de determinar o ponto de explosão do projétil lançado por ela. O Departamento de Defesa do país encomendou 12,5 mil armas, que custa a bagatela de US$ 35 mil cada.

O lançador de granadas XM25 dispara projéteis programáveis, controlados por rádio. O soldado tem de programar a distância e a altitude de explosão, o que dá ao combatente a possibilidade de atingir alvos protegidos por obstáculos entre o disparador e o alvo. Foram encomendadas 12.500 unidades do XM25.

A arma é apontada como "revolucionária" pelos especialistas em indústria bélica. Por meio de lasers, é possível indicar um alvo a até 700 metros de distância. A detonação da granada pode ser ajustada para acontecer à frente ou após o alvo, e não apenas segundos após ser lançada.

Isso teoricamente facilitaria a ação de um soldado para eliminar um inimigo que esteja protegido por uma barreira. O problema é saber se os soldados terão capacidade suficiente de discernir o que é um inimigo, algo que acontece no Afeganistão com altíssima frequência.

No pântano em que se transformou o Afeganistão ocupado pelos americanos e alguns aliados, a resistência tem cada vez mais apoio da população e domina grande parcela do território afegão, cifra não revelada pelos ocupantes, mas que pode chegar a metade do território.

Mais de dois mil soldados perderam a vida na ocupação do país desde a invasão em 2001.

Estimativas feitas por especialistas no Afeganistão apontam 20 mil civis mortos desde 2001. A ONU divulgou relatórios semestrais e/ou anuais nos últimos três anos, que registram 7.324 civis assassinados entre janeiro de 2007 e junho de 2010.

Segundo a mesma ONU, o ano de 2009 foi o pior para a população civil (2.412 mortos), e só no primeiro semestre de 2010 já foram assassinadas 1.271 pessoas.

Os ocupantes usaram o aumento da resistência como um argumento para ampliar ainda mais o número de tropas ocupantes, que aproxima-se de 150 mil soldados. Durante a ocupação soviética, de 1979 a 1989, cerca de 120 mil soldados passaram pelo território afegão, cuja resistência era amplamente financiada e sustentada pelos Estados Unidos.

Da redação