Cid Gomes: “Não me preocupo com cargo, mas com crescimento do CE”

Sobre a definição do novo secretariado, Cid Gomes confirmou que irá esperar a confirmação do Ministério da Presidente Dilma, previsto para ser anunciado no próximo dia 15. “Só a partir daí, iremos conversar com aliados e partidos políticos e, entre o dia 15 e o Natal, definiremos nossa equipe”, informa. Segundo o governador, alguns nomes deverão continuar na nova administração, ou no próprio lugar ou em outro cargo, “mas ressaltando que este será um novo governo e não a continuidade do anterior”, ratifica.

Ainda sobre o novo secretariado Cid Gomes diz sentir-se incomodado com pressões “na porta a procura de cargos”. Segundo afirmou, o governador irá conversar tanto com quadros partidários quanto com a comunidade acadêmica para a definição dos novos cargos. Além disso, Cid falou que, mesmo delegando atividades aos novos assessores, continua sendo o responsável pelos atos de cada um deles. “Não coloco culpa de erros nem crédito de acertos aos os secretários. A responsabilidade é minha", diz.

Segurança

Questionado se a segurança havia sido a pior área do seu primeiro mandato, Cid foi enfático. “Não. A segurança foi a área mais polêmica”, considera. O governador citou várias ações realizadas nos últimos quatro anos que aumentaram a sensação de segurança no Estado. “Segurança não é só Policia Militar. Ampliamos o número de defensores públicos, apoiamos o poder judiciário, por exemplo. Praticamente dobramos o número de vagas nos presídios do Ceará. Além disso, quando assumimos somente 35 viaturas da PM atendiam a Região Metropolitana de Fortaleza. Hoje, deve ter 200”, enumera. A Divisão de Homicídios, a expansão do Programa Ronda do Quarteirão, a Perícia Forense também foram citados pelo Governador.

Ainda sobre segurança, o Governador ratificou que a crise no setor é nacional e confirma que “nunca houve tanto investimento na segurança no Estado”. Cid Gomes credita parte da criminalidade ao aumento do consumo de drogas. “Droga, por exemplo, é um fator muito forte para o grande número de homicídios. A questão do crack é grave", considera.

Novos desafios

Cid Gomes se diz exigente consigo próprio e considera que todas as áreas do Governo devem ser melhoradas. “O povo me deu 61% dos votos nas urnas, o que representa uma nota de 6,1. Sou mais rigoroso: me dou nota 5”. Para o governador é preciso qualificar o serviço público, melhorar a saúde, a educação e a segurança. “Quero também dotar o Estado de infraestrutura com melhores estradas, energia, saneamento e habitação. Não comemoro resultado positivo. O que me anima é o que ainda falta ser feito”.

Relação com Luizianne Lins

Dentre as perguntas polêmicas levantadas pelos jornalistas e ouvintes, Cid Gomes falou sobre sua relação com Luizianne Lins, prefeita de Fortaleza. “Procuro ser grato a quem me ajuda. Quem não tem gratidão é incapaz de ter qualquer outra virtude”, confirmou. Segundo o Governador, a Prefeita cumpriu papel fundamental na sua primeira campanha para o Governo do Estado e retribuiu ajudando a então candidata à reeleição para a Prefeitura de Fortaleza. “Nós estamos quites. Daqui pra frente, não tenho compromisso com ela. Só apoiarei um nome sugerido para a Prefeitura se for da minha concordância. Estou livre para apoiar quem quiser”, ratificou.

O governador afirmou ainda que entende como natural a posição de Luizianne ao querer indicar um sucessor. “Não sou guloso nem hegemônico. Ao contrário. Penso que o poder tem que ser compartilhado desde que o interesse da população esteja acima de qualquer outro”, defende. Cid recusou-se, porém, a avaliar a gestão de Luizianne Lins mas fez questão de ressaltar que tem ajudado a gestão da maneira que pode.

Outros temas

Ainda durante o debate, o governador respondeu perguntas sobre saúde, projetos estruturantes (refinaria e siderúrgica) e sobre o projeto de indicação que sugere a criação de um Conselho de Comunicação no Ceará. “Esta é uma questão do Governo Federal, prerrogativa da União”, considera. Ainda sobre o novo governo. Cid Gomes defende que o papel do poder público é de educar e conscientizar a população.

De Fortaleza,
Carolina Campos