Secretário critica demora na definição da abertura da Copa 2014

A escolha da sede da abertura da Copa do Mundo de 2014 voltou a ser alvo de polêmica. Ontem, o secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo de Minas Gerais, Sérgio Barroso, criticou a Fifa, mais uma vez, e disse que este é o maior atraso na história dos Mundiais para a definição da cidade-sede do primeiro jogo do torneio.

A afirmação do secretário foi feita durante o fórum "Oportunidades e Desafios da Copa do Mundo Fifa 2014 na RMBH", realizado na Cidade Administrativa. Para justificar o seu argumento, Barroso citou como exemplo a última Copa do Mundo, disputada na África do Sul. Segundo ele, a escolha da sede da abertura no continente africano foi feita com três anos de antecedência, no dia 27 de junho de 2007. Sendo assim, o Brasil já estaria atrasado em relação à definição.

Quem também manifestou insatisfação com a situação foi o secretário Nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, que não concorda com a postura da entidade. "Penso que a Fifa esteja esperando São Paulo, mas eles estão tendo muitas dificuldades. Belo Horizonte reúne todas as condições para receber a abertura da Copa. É preciso motivar os prefeitos e fazer com que eles se engajem para que Belo Horizonte receba esse jogo", destacou Ribeiro.

Apesar dos argumentos e reclamações, a Fifa não parece se preocupar com o atraso. No próximo dia 30 de julho, no Rio de Janeiro, a entidade vai fazer o sorteio das Eliminatórias, mas já informou que não vai anunciar a tabela nem os locais dos jogos do Mundial de 2014, conforme esperado. A Fifa pretende mesmo aguardar um posicionamento da cidade de São Paulo.

Gastos

O custo da Copa do Mundo no Brasil será maior do que a soma do total investido nas últimas três edições do evento, no Japão, Coreia, Alemanha e África do Sul. A conclusão é de um estudo da Consultoria Legislativa do Senado Federal. A análise compara as cifras investidas pelos países-sedes em todas as intervenções que levaram a rubrica de "obra da Copa" dada pelos comitês organizadores. Segundo o consultor do Senado Alexandre Guimarães, as Copas de Japão e Coreia (2002), Alemanha (2006) e África do Sul (2010) consumiram, juntas, US$ 30 bilhões (US$ 16 bilhões, US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, respectivamente). No Brasil, afirma Guimarães, os gastos atuais, segundo as autoridades e empreiteiras, somam US$ 40 bilhões.

Qualificação

A Fundação João Pinheiro está realizando uma pesquisa sobre a realidade atual da região metropolitana de Belo Horizonte para apresentar as demandas de qualificação profissional para a Copa do Mundo de 2014. O primeiro diagnóstico deve ser apresentado no mês que vem.

Segundo o Secretário de Estado do Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, que participou ontem do fórum "Oportunidades e Desafios da Copa do Mundo Fifa 2014 na RMBH", realizado ontem na Cidade Administrativa, essa é a primeira medida do governo de Minas visando à qualificação do trabalho para o Mundial.

Um dos objetivos do fórum foi discutir a participação da sociedade e a importância dos municípios de Minas Gerais na Copa de 2014.

O professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas (Cedeplar), da UFMG, Francisco Vidal Barbosa, ressaltou a importância de voluntários e de projetos sociais no país. "Vamos trabalhar em cima de cursos para voluntários, ministrados por voluntários. Vamos transformar o país com as pessoas", destacou. E as medidas já começaram. Segundo o Diretor Regional do Senac Minas, José Cirilo, cursos gratuitos de capacitação já estão sendo oferecidos.

O secretário Nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, ressaltou a importância dos municípios. "Precisamos da articulação dos municípios para serem contemplados com os benefícios trazidos pela Copa", afirmou o mineiro Wadson.

Publicado no jornal O Tempo, de 30/06/2011