IBGE: Sudeste emprega 6 em cada dez trabalhadores de serviços
A Região Sudeste emprega seis em cada dez trabalhadores do setor de serviços no país. Segundo dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) referente a 2009, divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quatro estados que compõem a Região respondem por 5,9 milhões de trabalhadores ocupados no setor, excluídos os da área de serviços financeiros.
Publicado 26/08/2011 10:59
O levantamento traça uma radiografia do setor em 2009, com informações sobre a estrutura produtiva do segmento empresarial que integra os serviços não financeiros no país. Para fazer a pesquisa, foram investigados sete ramos do setor de serviços.
Em todo o país, os profissionais que atuam na prestação de serviços totalizam 9,7 milhões de pessoas.
É também a Região Sudeste que concentra o maior número de empresas do setor (60,2%) e foi responsável pela maior movimentação financeira, tendo gerado R$ 555 milhões em receita bruta (66,4%). Os estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Espírito Santo, juntos, também lideraram o ranking de pagamento de massa salarial, com 67,2% do total. Em 2009, os serviços nesses locais geraram R$ 96,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Outras regiões
As empresas prestadoras de serviços da Região Sul, segunda colocada em número de pessoal ocupado, empregaram 15,5% dos trabalhadores do setor (1,5 milhão de pessoas). Esses negócios, que representam 21,6% do total no país, pagaram 13,6% dos salários, retiradas e outras remunerações.
A Região Nordeste teve participação menor: 9,8% da receita bruta de prestação de serviços; 13,8% do pessoal ocupado; 10,2% dos salários, retiradas e outras remunerações pagos; e 10,2% do número de empresas do setor.
As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que empregaram menos trabalhadores no setor de serviços, com 7% e 3% respectivamente. O Centro-Oeste concentrava 6,5% do número de empresas prestadoras de serviços e pagou 6,6% dos salários e outras remunerações. A região foi responsável pela geração de 6,9% de toda a receita bruta do setor, em 2009. Já no Norte, estava localizado apenas 1,5% de todas as empresas de serviços. Elas pagaram 2,4% da massa de salários e outras remunerações e geraram 2,8% da receita bruta do setor.
Crescimento
Mesmo com a crise global, desencadeada no fim de 2008 e que se estendeu pelo primeiro semestre do ano seguinte, o setor de serviços não financeiros registrou crescimento em 2009. Naquele ano, havia 918,2 mil empresas do ramo, mais do que as 879,7 mil observadas em 2008.
A receita líquida gerada por elas também aumentou, alcançando R$ 745,4 bilhões em 2009. Um ano antes, havia sido R$ 680,1 bilhões.
Naquele ano, as empresas do setor ocuparam 9,7 milhões de pessoas e pagaram R$ 143,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Um ano antes, havia 9,2 milhões de pessoas trabalhando nas empresas de serviços não financeiros, que foram responsáveis pelo pagamento de R$ 128,1 bilhões em salários.
De acordo com o economista do IBGE Guilherme Telles, esse desempenho confirma que o setor foi menos prejudicado pela crise, já que não está tão exposto ao mercado externo.
“Em 2009, houve variação positiva em todos os indicadores. Esse retrato confirma o fato de que o setor de serviços sofreu menos as consequências da crise do que outras atividades econômicas notadamente ligadas à indústria exportadora. Os serviços são produzidos no Brasil e têm uma possibilidade de importação ou de exportação muito pequena. Os vários incentivos do governo para favorecer o consumo das famílias, como os programas de renda e a concessão de crédito, ajudaram o setor”, avaliou.
Dados
Conforme o levantamento, os serviços prestados às famílias, como hotéis e restaurantes, foram os que concentraram o maior número de negócios do setor em 2009, com 31,4% do total. Nesse segmento, os serviços de alimentação responderam pela maioria das empresas (64,9%) e foram responsáveis pela maior parte da receita operacional líquida (R$ 45,5 bilhões), do pessoal ocupado (1,27 milhões de pessoas) e da massa de salários, retiradas e outras remunerações (R$ 10,6 bilhões).
Já os serviços profissionais, administrativos e complementares, que engloba os do ramo técnico, aluguéis não imobiliários, seleção e agenciamento de mão de obra, operadoras de turismo e agências de viagem, entre outros, responderam pela maior parcela do pessoal ocupado (3,89 milhões de pessoas, ou 40,2% do total). A média foi 14 pessoas por empresa, com destaque para a atividade de seleção, agenciamento e locação de mão de obra, cuja média chegou a 137 trabalhadores por empresa. Os serviços profissionais, administrativos e complementares também lideraram a massa salarial (R$ 49,3 bilhões, ou 34,3%).
Em 2009, as empresas de serviços de informação e comunicação foram responsáveis pela maior parte da receita líquida do setor, tendo movimentado R$ 214,4 bilhões (28,8% do total). Nesse segmento, a atividade de tecnologia da informação foi a que reuniu o maior número de empresas (67,3%), de pessoas ocupadas (49,6%) e do total de salários, retiradas e outras remunerações (50,1%).
Fonte: Agência Brasil