Alba: Garantia de esperança para a América Latina
A América Latina encontra hoje na Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) uma esperança para superar as desventuras de séculos de dominação, governos servis às grandes potências e tragédias sociais e econômicas.
Publicado 17/10/2011 11:23
Feitos todos que converteram a região em matéria-prima e mão de obra barata das grandes transnacionais.
Passados sete anos de sua criação por Cuba e Venezuela, a Alba ultrapassa as velhas teorias sobre integração regional e apresenta um esquema inovador com princípios diferentes e sólidos.
Não é um processo eminentemente comercial, mas enfatiza a dívida social acumulada na América Latina e afiança suas bases na solidariedade e cooperação, em contraposição às vantagens comparativas.
O diretor do Centro de Investigações da Economia Mundial em Cuba, Osvaldo Martínez, qualificou-a recentemente de destino histórico. "O continente tem razões históricas que impõem uma integração para unificar os povos", assinalou.
O fato de compartilhar uma história colonial e neocolonial similar, de ter uma língua comum onde somente dois idiomas permitem o entendimento entre centenas de milhões de pessoas, e possuir vizinhança geográfica, fazem da nova integração uma necessidade.
Os processos anteriores à Alba estiveram caracterizados pelo escasso comércio interregional, apesar de que este deveria ser seu ponto forte, e pela falta de atenção aos aspectos sociais e ambientais.
A isto se somou a ausência de cuidado preferencial aos países de menor desenvolvimento e a falta de coordenação de políticas macroeconômicas, que marcaram a realidade do continente, além das privatizações em massa entre os anos 1980 e 1990.
O neoliberalismo, com seus princípios de que o mercado resolve tudo, cavou fundo nas perspectivas da América unida e provocou a desintegração total e a debilidade de projetos atuais como o Mercado Comum do Sul ou a Comunidade Andina de Nações.
Finalmente, nos últimos anos os Estados Unidos arquitetaram novas políticas como o Acordo de Livre Comércio para as Américas (Alca), derrotado em seu propósito inicial de abarcar toda a América, mas com terríveis mutações: os Tratados de Livre Comércio (TLC) bilaterais.
A Alba como contraponto à Alca
Talvez o único saldo positivo que deixaram estas alianças comerciais, em condições sempre desvantajosas para os países de baixos rendimentos, foi a criação da Alba para contrabalançar os TLC.
A alternativa, criada em 2004, promove projetos sociais em matéria de saúde e educação e proporciona as vantagens de um intercâmbio comercial justo e crescente.
Entre seus principais avanços energéticos destacam os fornecimentos estáveis de combustíveis em condições de solidariedade, e a criação da Petrocaribe, que surgiu com a ideia de contribuir com a segurança do setor petroleiro na área do Caribe.
Recentemente, acaba de ser concluída outra cúpula da Alba, integrada também pela Nicarágua e Bolívia, e à qual Dominica acaba de se unir.
O maior acordo realizado foi um banco que prevê financiar projetos de grande impacto social e garantirá estabilidade e sustentabilidade frente à turbulência financeira internacional.
O ministro venezuelano de Finanças reforçou recentemente que o banco é uma ferramenta financeira fundamental para impulsionar as iniciativas em termos de desenvolvimento.
Em momentos em que uma segunda recessão econômica nos Estados Unidos se aproxima e as crises financeiras globais são cada vez mais frequentes, os fluxos de capitais para América Latina perigam dia a dia.
O gigante do norte segue sendo o principal sócio comercial da América Latina, sendo assim, uma desaceleração de sua economia provocará uma diminuição real das exportações e outros impactos que ainda são uma grande dúvida para o continente.
Por isso, o maior desenvolvimento da Alba permitirá independência dos sinais negativos que hoje as instáveis economias dos países ricos impõem ao resto da América.
À diferença da Alca, a Alba promove as alianças comerciais sem afetar a estrutura econômica dos países membros, e favorece convênios sociais e acordos de segurança energética e alimentária.
À propósito de suas possibilidades, o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, tem dito: "A Alba é superior a todos os demais esquemas de integração porque tem a capacidade de pôr o ser humano no centro, de consolidar a soberania política e também de despontar os grandes projetos que permitirão aos nossos países caminhar com os próprios pés para o futuro".
Fonte: Prensa Latina