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Bancos europeus carregam 744 bi de euros em dívidas dos Piigs

Os bancos europeus detinham, no fim de 2010, ao menos 744 bilhões de euros em títulos de dívida dos países considerados atualmente “high spreads” (alto risco) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) — Grécia, Itália, Espanha, Portugal, Bélgica e Irlanda.

Esse foi o volume que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) conseguiu mapear, de um total de 845 bilhões de euros em dívidas dos bancos da região, tendo por base os balanços dos bancos e dados disponíveis na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no “Financial Times” e na empresa de pesquisa The Banker. São 42 bancos, incluindo 20 dos 25 mais representativos da região.

Com relação ao tamanho das dívidas desses países nos balanços, a Febraban observou que cerca de 70% do total estaria relacionado às dívidas soberanas da Itália e Espanha. “Nesse sentido, fica evidente que problemas com relação à solvência dessas economias trariam efeitos sistêmicos bem mais relevantes ao sistema financeiro local”, avaliam, em comunicado, os economistas da entidade.

“Com relação às demais dívidas, ainda que tenham impactos importantes, sobretudo sobre os bancos de seus países, os problemas poderiam ser contornados e eventualmente absorvidos sem implicações sistêmicas irreversíveis”, acrescentam.

A Grécia participaria com 13% do total das dívidas soberanas desses países e Portugal e Irlanda seriam bem menores, proporcionalmente.

Os bancos estariam mais expostos à dívida de seus próprios governos. Os bancos gregos, por exemplo, concentram 52% da dívida soberana da Grécia, os bancos italianos, 44% da grande dívida italiana, e os espanhóis estão com 78% da dívida soberana da Espanha. Os bancos alemães e franceses, dado seu maior porte e sua estreita relação com esses países, também teriam destaque na exposição a essas dívidas. Os bancos ingleses, por sua vez, ainda que bastante representativos, teriam exposição pequena, por não fazerem parte da zona do euro.

Fonte: Valor