Venezuela acusa EUA de nova ingerência em assuntos internos

Em nota, o Ministério venezuelano das Relações Exteriores se mostrou surpreso com "a rapidez e a veemência com a qual o Departamento de Estado [dos Estados Unidos] reage quando se sancionam políticos corruptos ou empresários sem escrúpulos na Venezuela".

Para a pasta, essa "é uma demonstração adicional de que o governo dos Estados Unidos financia e utiliza estes personagens com o fim de cavar as instituições democráticas que a imensa maioria dos venezuelanos decidiu construir soberanamente".

O comunicado venezuelano indicou ainda que é "particularmente desconcertante que este mesmo porta-voz sempre tenha à mão respostas preparadas a perguntas que um jornalista complacente formula sobre a Venezuela, especialmente quando se trata de exaltar a independência dos meios de comunicação".

"O governo dos Estados Unidos, ao reincidir em seus ataques à dignidade e honra das instituições da República Bolivariana da Venezuela, é o único responsável pela deterioração cada vez maior das relações bilaterais", advertiu a chancelaria venezuelana.

O governo norte-americano, continuou a Chancelaria, quer "questionar decisões administrativas de órgãos técnicos reguladores e decisões do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) no caso do opositor Leopoldo López e pela sanção milionária que aplicou a Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) ao canal de notícias Globovisión".

A emissora foi multada em 2,1 milhões de dólares pela transmissão supostamente sensacionalista de uma rebelião no presídio de El Rodeo em junho. Segundo a Contatel, a cobertura "incitava o ódio e a violência". O valor da multa equivale a 7,5% do faturamento da rede televisiva.

Fonte: Opera Mundi