Assad afirma que países imperialistas podem provocar “terremoto”
O presidente sírio Bashar al-Assad advertiu que a ação dos países imperialistas contra seu país pode provocar um "terremoto" capaz de incendiar a região, poucas horas antes de uma reunião entre a Síria e a Liga Árabe.
Publicado 30/10/2011 11:41
O jornal Al-Qabas (Kuwait) informou que a delegação ministerial da Liga Árabe advertiu os dirigentes sírios na quarta-feira em Damasco de que o fracasso da mediação do grupo "provocaria uma internacionalização da crise", incluindo um embargo econômico.
A delegação pediu a Assad que se comprometa com um calendário preciso de reformas, aceite uma reunião de representantes oficiais com a oposição no exterior e acabe com a violência, segundo o jornal.
Uma reunião foi agendada para este domingo em Doha entre a delegação da Liga Árabe e autoridades sírias.
Em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Telegraph, Assad afirmou que será criado "outro Afeganistão" se as forças estrangeiras decidirem intervir na Síria como fizeram na Líbia, em uma revolta que terminou com a morte de Muamar Kadafi.
"A Síria é agora o eixo desta região, a linha de falha, e se jogarem com ela acontecerá um terremoto. Querem ver outro Afeganistão, ou dezenas de Afeganistãos?", afirmou Assad em Damasco, segundo um correspondente do jornal.
"Qualquer problema na Síria incendiará toda a região. Se o plano é dividir a Síria, isto dividirá a região em seu conjunto", advertiu.
Ele fez os comentários depois de vários pedidos de adoção de uma zona de exclusão aérea na Síria, como aconteceu na Líbia, e após a intensificação, sexta-feira e sábado, da violência no país.
Assad afirmou que suas forças cometeram "muitos erros" no primeiro momento da revolta contra seu governo e insistiu que as ações agora são dirigidas apenas contra os terroristas.
Também afirmou que a Síria respondeu de forma diferente aos líderes de países como Egito, Tunísia e Líbia, onde os regimes foram derrubados este ano, e insistiu que deu início a reformas.
Também neste domingo, Assad afirmou a um canal de televisão russo que conta com o apoio de Moscou.
O presidente russo Dmitri Medvedev afirmou a Assad que ele deve aceitar reformas ou renunciar ao poder. No entanto, a Rússia mantém o apoio à Síria no Conselho de Segurança da ONU e vetou resoluções que pediam sanções mais duras contra Damasco.
O emissário da China no Oriente Médio, Wu Sike, declarou no Cairo que advertiu o governo sírio em uma recente visita a Damasco sobre o perigo da continuidade da repressão a manifestantes.
"Esta situação não pode continuar. O governo de Bashar al-Assad tem que respeitar e responder às aspirações e reivindicações legítimas do povo sírio", disse.
Com agências