Síria liberta 550 presos e recebe apoio internacional
Apesar da pressão dos EUA contra o país, a Síria recebe o apoio de nações da comunidade internacional, bem como do mundo árabe em seus esforços por conseguir a estabilidade em seu território e avançar em reformas integrais. O governo sírio libertou mais de 550 pessoas da oposição neste sábado (5) como primeiro sinal do cumprimento do plano árabe para resolver a crise.
Publicado 05/11/2011 17:44
O Ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammad Amr, afirmou que Damasco respondeu adequadamente ao esforço da Liga Árabe, e de fato já implementa as pautas do acordo de quarta-feira.
Em declarações ao canal televisivo Dream TV, Amr, um dos que integrou o chamado Comitê Ministerial Árabe que negociou com o governo sírio, manifestou sua esperança de que se possa resolver a crise sem interferência estrangeira do Ocidente.
O ministro egípcio reafirmou os históricos laços de amizade entre Síria e Egito, e enfatizou que o diálogo e as medidas para incrementar a confiança são a base para a solução da crise e para prevenir uma intervenção estrangeira.
Ao receber uma delegação de sírio-romenos, o ministro de Informação Adnan Mahmoud explicou-lhes que o acordo está conforme a visão do governo de Damasco de resolver a crise em termos de restaurar a segurança e estabilidade, e continuar as reformas. Além disso, busca levar a cabo um diálogo nacional integral que responda à soberania nacional e recuse a intervenção estrangeira.
Mahmoud afirmou que o povo sírio hoje enfrenta grupos armados que cometem atos terroristas, assassinatos, vandalismos, e estão vinculados com forças externas que os abastecem de armamento e dinheiro, a fim de que respondam a agendas de centros de poder no Ocidente.
Por outro lado, asseverou o ministro, a imensa maioria do povo apoia ao governo do presidente Bashar al-Assad, como evidenciado pelas contínuas manifestações de apoio de centos de milhares de pessoas em cidades do país.
Apoio da Rússia e da China
Citado pela agência Sana, o porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, reiterou o respaldo de Moscou a Damasco e ao acordo que assinou com a Liga Árabe.
Em opinião das autoridades russas, esse pacto cria uma verdadeira mudança do acontecimento na Síria para uma solução pacífica dos problemas através do diálogo. Em especial, especificou, permite aos sírios solucionar seus assuntos internos por si só, sem interferência estrangeira.
Lukashevich chamou todas as partes a atuar de forma responsável e apoiar a iniciativa árabe.
China, que vetou assim como Rússia uma resolução anti-síria no Conselho de Segurança da ONU, também expressou sua apoio ao acordo sírio-árabe, o qual considera um importante passo para acalmar a situação, segundo destacou o porta-voz do ministério chinês do Exterior, Hong Lei.
Depois de informar sobre o acordo, o governo norte-americano no entanto ignorou-o e instou a que continuará pressionando a Síria, e na sexta-feira inclusive fez um chamado a pessoas vinculadas aos grupos armados terroristas que ignoraram a anistia geral proposta pelas autoridades de Damasco destinada a fomentar a paz e segurança cidadã.
Síria sabe sair da crise sozinha
Em Beirute, forças políticas libaneses acolheram o acordo. O legislador pelo Bloco de Mudança e Reforma, Abbas Hashem, disse que isso prova que Síria possui a sabedoria e a consciência necessárias para sair da crise.
Grupos extremistas no norte libanês aproveitam a fronteira para introduzir ilicitamente armas e dinheiro em território sírio para abastecer as bandas armadas terroristas. Várias detenções realizadas pelas autoridades de Beirute dão fé dessas ações.
Inclusive, o Tribunal Militar Supremo do Líbano emitiu ordens de detenção contra um número de indivíduos, aos que acusou de traficar ilegalmente armamento para a Síria.
Essa decisão é vista como relevante e de grande ajuda a Damasco para cortar os canais de abastecimento bélico e de dinheiro aos vândalos que ainda afligem localidades sírias, principalmente em Homs e povoados a seu redor.
Fonte: Prensa Latina