Espanha: Cerca de um terço de eleitores troca direita por direita
Com as primeiras divulgações dos resultados eleitorais de hoje na Espanha, o direitista Partido Popular (PP) deverá governar o país com uma inédita maioria absoluta, de 186 mandatos num total de 350 do Congresso de Deputados, órgão que terá mais três partidos que na legislatura anterior.
Publicado 20/11/2011 20:04
Até as 20 horas (de Brasília), haviam sido contabilizados 89,64% dos votos, e o resultado representa a maior vitória da história na democracia burguesa espanhola do direitista PP e, consequentemente, a maior derrota do seu principal rival, o pseudo-socialista PSOE.
O tempo ruim atrasou a abertura de algumas seções eleitorais na Espanha, que realiza eleições gerais hoje. Uma seção no sul do país teve de ser realocada por causa de enchentes, disse o porta-voz do escritório eleitoral, Felix Monteira. Segundo ele, o comparecimento às urnas era menor que durante a eleição de 2008 no país.
O Ministério do Interior da Espanha informou na tarde deste domingo (20) que o comparecimento até 14 horas (16 horas em Brasília) era de 37,87%, 2,5 pontos inferior ao registrado no mesmo momento nas eleições de 2008, segundo o site do jornal El País.
Os espanhois, profundamente insatisfeitos com o governo neoliberal de José Zapatero, votaram no direitista Partido Popular, que fora escorraçado do poder após a invasão do Iraque, apoiada pela Espanha, em 2003. É como substituir 12 por uma dúzia, de coloração diferente.
"Eu estou pronto para o que os espanhóis quiserem", afirmou o líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, que venceu com folga a disputa.
O parlamento local agora vai ser dominado pela ala mais à direita da política local, cuja regulamentação eleitoral favorece os dois grandes partidos nacionais, o direitista PP e o neodireitista PSOE.
Alfredo Perez Rubalcaba, candidato do PSOE, implorava na manhã de domingo aos partidários da sigla que não deixassem o baixo comparecimento reduzir as suas "chances".
"Os próximos quatro anos serão muito importantes para nosso futuro", lembrou. "As grandes decisões devem ser tomadas pelos cidadãos, por isso é importante votar", pediu, passando um pouco distante do discurso neo-liberal que o partido adotou nas últimas duas décadas, justamente para não perder tantos votos.
Com agências