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Palestinos e israelenses se reúnem para relançar diálogo de paz

Os negociadores palestinos e israelenses se reúnem nesta terça-feira em Amã pela primeira vez em mais de um ano para tentar retomar as conversas diretas de paz que foram congeladas com a decisão de Israel de prosseguir a construção de assentamentos.

Saeb Erekat, do lado palestino, e Yitzhak Molkho, do israelense, terão o primeiro encontro com representantes dos Estados Unidos, da União Europeia (UE), Rússia e da ONU, que formam o Quarteto para o Oriente Médio, informaram à Agência Efe fontes oficiais jordanianas.

Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) têm poucas expectativas sobre essa reunião e afirmaram que o objetivo é explorar a possibilidade de reavivar as conversas de paz interrompidas em setembro de 2010.

O negociador palestino disse nesta segunda-feira em Ramala que o encontro é o primeiro de caráter político desde essa data e o definiu como "uma tentativa para encontrar uma plataforma adequada para relançar o processo de paz".

Erekat afirmou que não espera grande avanço salvo que Israel se comprometa a frear a construção das colônias e aceitar as fronteiras anteriores a 1967 para o futuro Estado palestino.

Israel tomou o controle de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia após a guerra de 1967 e a construção de assentamentos nestas zonas tem sido a principal razão do fracasso das últimas conversas de paz.

O encontro desta terça-feira foi criticado pelo movimento islamita palestino Hamas, que o considera uma repetição do diálogo que já fracassou nos últimos anos e vê o Quarteto como um organismo controlado pelos EUA que satisfaz os interesses de Israel e não os dos palestinos.

Israel expressou, entretanto, que o encontro é um passo positivo, mas não deve ser visto como um reatamento das negociações.

Esta reunião ocorre graças ao chamado do Quarteto e aos esforços diplomáticos da Jordânia, depois que o setembro os palestinos foram à ONU pedir para serem admitidos como estado de pleno direito.

O Quarteto exigiu às partes apresentar suas posturas sobre fronteiras e mecanismos de segurança no prazo de três meses, que serão cumpridos no fim de janeiro.

Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores jordaniano, Nasser Judeh, disse na segunda-feira que o objetivo de seu país é propiciar este encontro para "tentar um avanço das conversas de paz a fim de abordar questões como as fronteiras e a segurança".

Os palestinos se negavam até agora a sentar ao lado de representantes israelenses, mas as pressões jordanianas nos últimos meses e uma visita do rei Abdullah a Ramala em novembro tornaram possível reunir as duas partes.

Fonte: EFE