Cuba exige investigação dos crimes da Otan na Líbia
Cuba exigiu nesta sexta-feira (9) uma investigação profunda de todos os crimes cometidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) durante os indiscriminados bombardeios perpetrados contra o povo da Líbia.
Publicado 09/03/2012 16:57
"Os alertas que emitiu Cuba a respeito das pretensões de intervenção imperialista na Líbia foram confirmados pelos fatos", assegurou seu embaixador em Genebra, Rodolfo Reyes.
O diplomata exigiu o fim da impunidade sobre esses crimes ao participar em um diálogo interativo com a Comissão de Investigação Internacional à Líbia, que entregou um relatório à 19ª sessão regular do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Afirmou que a manipulação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança permitiu à Otan levar a cabo brutais e injustificáveis bombardeios contra o país africano e a matança indiscriminada de civis inocentes.
Foi imposta a doutrina da mudança de regime, disse Reyes, e denunciou que a mal-intencionada e cínica defesa da chamada Responsabilidade de Proteger está a serviço do apetite hegemônico e agressivo do grande capital.
"Os Estados Unidos e seus aliados da Otan não agiram para proteger os direitos humanos. Sua verdadeira motivação foi obter o controle do petróleo e das enormes reservas de água da Líbia e impor sua presença militar no território líbio", explicou.
Além disso, acrescentou, tiveram como objetivo estabelecer ali uma ponta de lança contra o processo que atravessavam os movimentos de reivindicações populares no norte da África e no Oriente Médio.
A esse banquete econômico e geoestratégico, disse Reyes, se soma o benefício do crescente silêncio perante as ações de Israel contra o povo palestino.
"Ao povo palestino, os Estados Unidos e a Otan não reconhecem o direito a ser protegido; se negam, de modo cúmplice, a assumir sua responsabilidade de protegê-lo", assegurou o diplomata cubano.
Reyes expressou a solidariedade de Cuba com o povo líbio e exigiu que se respeite plenamente o exercício de seu direito à independência e a livre determinação, à soberania sobre seus recursos naturais e à integridade de seu território.
Fonte: Prensa Latina