Um partido senhor de idade chamado PCdoB

Omar Júnior: "um partido com história, que lutou pela redemocratização do Brasil e trabalha para o seu melhor desenvolvimento socioeconômico. É isso o PCdoB".

Osmar 90 anos - Mauro Sampaio
A ditadura do proletariado com o seu domínio dos meios de produção pelo Estado é coisa do passado para o Partido Comunista do Brasil (PC do B), que comemora no dia 22 de março seus 90 anos de fundação, muitos dos quais na ilegalidade.

Os comunistas são os "senhores de idade" da política brasileira com assento no Congresso Nacional. São 13 deputados e dois senadores compartilhando a ideia do socialismo, o novo rumo do PC do B. Em todo o Brasil, 300 mil camaradas filiados.

Se a extinta União Soviética (1922-1991) foi a miragem de um mundo perfeito, agora não há mais um país a seguir (a China, não; Cuba, não), mas um Brasil a construir democraticamente. O PC do B mudou e faz parte do poder. Foi parceiro imediato do PT em todas as eleições presidenciais.

O seu pensamento programático extraído na exposição comemorativa realizada na Câmara dos Deputados: "A vitória de Lula sustou a decadência relativa do País e o repôs nos trilhos do desenvolvimento. Somadas às possibilidades abertas com a crise capitalista e as mudanças na geopolítica mundial, as conquistas da era Lula-Dilma abrem uma janela de oportunidades para um terceiro passo civilizacional – a transição do capitalismo ao socialismo. Para isso, será necessário percorrer um caminho: a luta, agora e já, por um novo projeto nacional de desenvolvimento, visando superar as contradições e deformações acumuladas pela nação ao longo de sua trajetória."

O deputado Osmar Júnior (PC do B-PI) diz um pouco sobre o que é ser comunista:

Acessepiauí – O que representa 90 anos de PC do B?

Osmar Júnior – Um partido com história, que lutou pela redemocratização do Brasil e trabalha para o seu melhor desenvolvimento socioeconômico. É isso o PC do B.

Acessepiauí – O senhor sempre foi comunista?

Osmar Júnior – Sim, mas estive no PMDB antes da volta do partido à legalidade, em 1985. Mas posso afirmar que estou no PC do B há 31 anos, ou seja, milito desde 1981. (Osmar Júnior foi eleito vereador de Teresina em 1982, aos 23 anos de idade. Tornou-se oficialmente comunista em 1986).

Acessepiauí – Nunca quis ser um petista?

Osmar Júnior – Não (sorri). Eu participei de uma única reunião do PT logo no início da sua organização em Teresina, em 1981. Mas não pintou clima, sabe? Minha militância política estava realmente destinada ao PC do B.

Acessepiauí – O senhor já foi alguma vez hostilizado por ser comunista. Lembro isso porque naqueles anos 1980 era comum se dizer que "comunista comia criancinha".

Osmar Júnior – Fui sim. Nunca esqueci quando, ainda sem estar filiado ao PC do B, alguém apontou para mim como que me denunciando e uma senhora correu junto com suas filhas. Hoje, a gente trata essa história de comer criancinha com muito humor. Era a maneira pejorativa dos militares introduzirem na sociedadae a repulsa aos comunistas. Nós estamos aqui comemorando 90 anos e muito contribuímos para resgatar a democracia brasileira. Disso nos orgulhamos muito.

Por: Mauro Sampaio do www.acessepiaui.com.br