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Cordão da Mentira: ato em São Paulo protesta contra a repressão

Composta por coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas da capital paulista, a manifestação Cordão da Mentira questionará quem e quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira. A data foi escolhida por ser o dia da mentira e a data do golpe militar em 1º de abril de 1964. A concentração será às 11h30, em frente ao Cemitério da Consolação.

                               Cartaz do Cordão da Mentira / divulgação

O cordão seguirá pelas ruas e avenidas da região central da cidade, passando por endereços simbólicos do período da repressão. Um dos pontos é a rua Maria Antônia, onde integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) entraram em confronto com alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Um estudante secundarista morreu.

Depois, os foliões-manifestantes seguem para a sede da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), uma das organizadoras da “Marcha da Família com Deus, pela Liberdade”, que 13 dias antes do golpe convocou o exército para se levantar “contra a desordem, a subversão, a anarquia e o comunismo”.

Depois, segue para o Elevado Costa e Silva –que leva o nome do presidente em cujo governo foi editado o AI-5, o mais duro dos Atos Institucionais da ditadura. O bloco também irá até a alameda Barão de Limeira, onde está a sede da Folha de S.Paulo.

Segundo Beatriz Kushnir, doutora em história social pela Universidade de Campinas (Unicamp), a Folha ficou conhecida nos anos 70 como o jornal de “maior tiragem” do Brasil, por contar em sua redação com o maior número de “tiras”, agentes da repressão.

A ação da polícia na Cracolândia, símbolo da continuidade das políticas repressivas no período pós-ditadura, bem como o Projeto Nova Luz, realizado pela Prefeitura de São Paulo, serão alvos dos protestos durante a passagem do cordão pela rua Helvétia.O cordão dispersará na antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na rua General Osório.

Acompanhe o trajeto do Cordão da Mentira:

R. Maria Antônia – Guerra da Maria Antônia

Av. Higienópolis – sede da TFP

R. Martim Francisco

R. Jaguaribe

R. Fortunato

R. Frederico Abranches

Parada no Largo da Santa Cecília

R. Ana Cintra – Elevado Costa e Silva

R. Barão de Campinas

R. Glete

R. Barão de Limeira – jornal Folha de S.Paulo

R. Duque de Caxias – Cracolândia/Projeto Nova Luz

R. Mauá

Dispersão:

R. Mauá com a R. General Osório – antigo prédio do Dops

Leia aqui o manifesto das entidades que compõem o Cordão da Mentira

Fonte: Brasil de Fato