PCdoB defende negociação entre governo e professores da Bahia

“Desde o início do impasse, o PCdoB sempre defendeu a retomada da negociação como a melhor forma de chegar um acordo que atendesse aos interesses das duas partes. Foi levando em conta os argumentos do governo de que não há recursos para o reajuste de 22,22% pedido pelos professores, que buscamos, através da Comissão Política e da nossa bancada, formas para que o diálogo fosse reaberto e fosse encontrada uma saída para a situação. Mas, infelizmente não obtivemos êxito no processo”, afirmou Almeida.

Diante da insistência do governo em votar o projeto de reajuste em regime de urgência, o partido orientou a bancada a se abster da votação, não se manifestando nem contra, nem a favor do projeto. “A negociação deve ser o caminho para a solução de qualquer conflito social. O direito de greve deve ser respeitado e não é porque existe greve que se deve fechar os caminhos da negociação. Nós levamos em conta também a necessidade de se cumprir os acordos assinados, criando caminhos através da negociação para que os acordos firmados sejam cumpridos. A maior prova disso é a continuidade do movimento paredista, mesmo com a aprovação do projeto do Executivo”, disse.

Votação

Sob protestos, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou na noite desta terça-feira (24), o Projeto de Lei que reajusta os salários dos professores da rede pública estadual. Segundo o projeto aprovado, os professores terão reajuste de 3% em 2013 e 4% até 2014. “A nossa bancada decidiu manter a posição de abstenção, por defender que o projeto deveria ser retirado da pauta e só deveria ser apreciado pelos deputados o esgotamento das negociações entre o governo e os professores. Entendemos que é preciso negociar sempre e vamos continuar insistindo na volta das conversas para que se chegue a um entendimento”, ressaltou o líder da bancada do PCdoB, deputado Álvaro Gomes.

Após a votação, os professores da rede estadual decidiram continuar acampados na sede da Assembleia. O comando da greve marcou uma reunião para as 14h desta quarta, onde deve avaliar os rumos do movimento. Segundo o coordenador da APLB Sindicato, Rui Oliveira, o encontro definirá os próximos passos do movimento, que tem tudo para continuar, já que o governo não honrou o acordo para reajustar os salários dos professores em 22,22% e também não chamou a categoria para negociar.

De Salvador,
Eliane Costa.