Força Aérea colombiana apoiou incursão paramilitar
O ex-chefe paramilitar das Autodefesas Unidas de Colômbia (AUC) Elkin Casarrollo assegurou em um depoimento revelado nesta segunda-feira (25) que a Força Aérea apoiou uma incursão de seu grupo na região do Alto Naya em 2001.
Publicado 25/06/2012 17:57
Em uma versão contada perante a Unidade de Justiça e Paz da Promotoria, e divulgada pela Rádio Caracol, Casarrollo ofereceu detalhes da cooperação nessa região, onde as AUC assassinaram mais de 50 pessoas, incluindo crianças e mulheres.
O ex-chefe paramilitar afirmou que, em um combate com a guerrilha anterior, a incursão ao Naya -entre os limites de Cauca e Vale do Cauca- a Força Aérea os apoiou nesse confronto através de um avião de combate.
Sobre o assunto, Casarrollo afirmou que a comunicação com a Força Aérea foi coordenada por uma pessoa de codinome Luis, um ex-tenente do Exército, que posteriormente foi identificado como Freddy Antonio Cadavid.
O ex-chefe paramilitar inclusive sustentou que ele mesmo se comunicou por rádio com o piloto do avião de combate através de uma frequência repassada por "Luis".
Isto, segundo comentou em seu depoimento, lhe permitiu coordenar-se diretamente com o piloto da aeronave militar para que bombardeasse o local onde a guerrilha se encontrava.
Por outra parte, também foi divulgada um depoimento entregue por Eladio Vivero, sequestrado pelas AUC naquele momento, de que essa estrutura armada ultradireitista contava com um amplo apoio da Força Aérea.
Vivero manifestou que, em junho de 2001, ocorreu um confronto entre as AUC e a guerrilha em um setor de Jamundí e escutou quando um dos chefes paramilitares chamou o Batalhão Pichincha com sede em Cali e pediu apoio aéreo. Efetivamente, logo após, chegaram dois helicópteros.
Além disso, contou que as aeronaves dispararam contra as posições da guerrilha e posteriormente um oficial do Exército disse para o chefe paramilitar que se retirasse do setor, pois uma companhia se dirigia para o local dos combates.
Em abril de 2001, as AUC ingressaram em Alto Naya e durante 15 dias assassinaram mais de 50 camponeses, indígenas e afrodescendentes.
Este massacre foi realizado apesar dos múltiplos chamados de alerta e advertência por parte da Defensoria do Povo, dos organismos de Direitos Humanos nacionais e internacionais.
Fonte: Prensa Latina