Lugo: Método golpista se aperfeiçoou desde deposição de Zelaya
O presidente deposto do Paraguai, Fernando Lugo, destituido após um processo político "express" em 22 de junho, disse que o golpe de Estado contra o hondurenho Manuel Zelaya em 2009 foi um experimento reutilizado em seu país. "O laboratório de tudo isso fui Honduras há três anos e foi aperfeiçoado no Paraguai", disse nesta terça-feira (3), de acordo com a AVN (Agência Venezuelana de Notícias).
Publicado 03/07/2012 17:23
Lugo descreveu seus opositores como "grupos que nunca mostram os rostros" e os vinculou "à classe política tradicional que não aceita que nesse país podem existir práticas políticas diferentes, práticas políticas que não se baseiam no clientelismo ou em vantagens".
O ex-bispo criticou os meios de comunicação privados por se alinharem com os atores do golpe de Estado parlamentário. "Querem dar a impressão de que aqui não aconteceu nada, que houve uma troca natural de Presidente da República", disse. "As pessoas estão expressando seu descontentamento, sua indignação. Há uma indignação cidadã saudável e pacífica, mas elas não aparecem na imprensa."
Lugo lembrou que as mobilizações populares que se multiplicaram pelo país na última semana se mantiveram dentro da ordem jurídica nacional. "A cidadania está despertando uma consciência cívica. Em sete departamentos (estados) há fortes expressões de rechaço ao golpe e isso continuará."
Comentando sobre a visita do secretário-geral da OEA (Organização de Estados Americanos), José Miguel Insulza, a Assunção, Lugo defendeu a exclusão do Paraguai da organização. O Mercosul e a Unasul já expulsaram o país sul-americano na semana passada. Posteriormente, a Venezuela foi aceita no primeiro bloco após consenso entre os presidentes de Brasil, Argentina e Paraguai.
Fonte: Opera Mundi