Professores estaduais encerram greve após 115 dias paralisação

Em entrevista ao Vermelho, logo após o anúncio do encerramento, a vice-coordenadora da APLB (Sindicato dos Trabalhadores do Estado), Marilene Beltros, disse que a proposta salarial oferecida pelo Governo não foi aceita, mas que o movimento não podia mais continuar porque já comprometia o ano letivo dos alunos.

“Depois de mais de 100 dias de greve, nós suspendemos a paralisação em respeito aos estudantes e ao respeito que eles mantêm por nós. Voltaremos para a sala de aula e discutiremos com eles todo esse processo”, afirma Beltros. Para ela, a categoria encerra a atividade com um saldo positivo de organização e articulação.

A vice-coordenadora explicou, ainda, que os docentes continuarão mobilizados, mesmo voltando aos trabalhos. “Faremos um calendário de mobilização, com vários encontros diferentes, e continuaremos na luta pelo nosso reajuste de 22%”.

O fim do movimento aconteceu um dia após o envio da contraproposta do Governo a APLB, que atendia às exigências dos grevistas para colocar a votação do encerramento em pauta, na assembleia. Com isso, os professores não deverão ser punidos e o estado deve voltar atrás nos processos administrativos, demissões, corte de salários e retenção das contribuições sindicais.

Além disso, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) garantiu aos professores licenciados em magistério reajuste de 7%, em novembro de 2012, e outros 7%, em março de 2013 (antes previsto para abril), que junto com os 6,5% dado a todo o funcionalismo público, chegariam perto dos 22% exigidos.

Em nota, a SEC informou que o ano letivo não será comprometido e que as aulas perdidas pelos estudantes serão repostas, nem que, para isso, seja necessário utilizar o mês de janeiro de 2013. A rede estadual de ensino é composta por 1.422 escolas, que abrigam mais de 1 milhão de alunos.

De Salvador,
Erikson Walla