Integrante das Farc afirma que Uribe boicota processo de paz
O integrante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Ricardo Téllez, afirmou que o ex-presidente Álvaro Uribe é o único que está boicotando os Diálogos de Paz entre a guerrilha e o Governo de Juan Manuel Santos.
Publicado 09/10/2012 16:47
Em declarações ao jornal La Tribune de Genève, afirmou que “apoiam o diálogo os Estados Unidos, a União Europeia, o Vaticano, muitos países, personalidades do movimento associativo da Colômbia. O único que tenta atrapalhar é um pequeno movimento da extrema direita liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe”.
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Telléz destacou que o objetivo das conversas “é silenciar as armas e refundar nosso país que é o 4º mais desigual do mundo”. Em referência ao compromisso entre o Governo colombiano e as Farc de iniciar um processo de paz com um roteiro de cinco pontos, ressaltou que “todos os temas são importantes e necessitam ser tratados tranquilamente e negociados escrupulosamente”.
O ex-mandatário colombiano Álvaro Uribe qualificou como um erro a vontade do atual governo de negociar com as Farc, porque segundo ele “continuam cometendo assassinatos, sequestros e atividades de narcotráfico”.
Política de Segurança Democrática
Álvaro Uribe implementou durante seu mandato a chamada Política de Segurança Democrática com o suposto objetivo de acabar com os grupos insurgentes e diminuir a violência. Porém a essa política considerada belicista pelos seus críticos, trouxe mais mortes.
Desde 2008 cadáveres de jovens pobres e dirigentes sociais começaram a ser desenterrados na Colômbia, haviam sido vestidos com uniformes de guerrilheiros e os militares cobravam dias livres ou dinheiro por isso.
Mais de 2 mil corpos foram achados e cerca de 3 mil foças clandestinas mostram o lado escudo da Política de Segurança Democrática implementada durante os 8 anos do governo de Uribe.
O desaparecimento forçado também faz parte das lógicas da guerra com a Política de Segurança Democrática e os registros a respeito são um reflexo de sua intensidade. Segundo estatística do Ministério da Defesa houve mais de dois milhões de desaparições forçadas de 2002 até 2009.
Diálogos de Paz
No último 27 de agosto o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou o início de uma aproximação entre seu governo e as Farc para buscar o fim do conflito armado e abriu a porta para que o Exercito de Libertação Nacional (ELN) se uma ao processo.
Os Diálogos de Paz entre o Executivo da Colômbia e as Farc começará na próxima segunda-feira (15) na capital da Noruega, embora o início oficial o marcará uma coletiva de imprensa conjunta no dia 17. Posteriormente continuarão os diálogos em Cuba.
Fonte: TeleSur