Pais preocupados com filhos nas escolas com o fim do ano letivo

Mesmo com muitas instituições de ensino fazendo avaliações bimestrais, alguns só percebem agora, perto das férias, que as crianças podem ter problemas de aprovação. O problema é que, de acordo com a Associação de Pais e Alunos do Distrito Federal (Aspa), o quadro de alunos com médias pendentes para obter a aprovação para a série seguinte está se agravando cada vez mais.

“Isso está se tornando cada vez mais comum. E nos causa uma enorme preocupação, porque vemos que está faltando base nos ensinos. Os pais e as escolas não atentam para sinais que antecedem esse problema”, afirma Luís Claudio Megiorin, presidente da Aspa.

Fátima de Mello Franco, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), porém, afirma que identifica um aumento de alunos com dificuldade de aprovação. Ela estima que em torno de 10% a 12% dos alunos ficam em recuperação final. “É um processo normal e varia de acordo com o grau do aluno”, afirma. “Cada aluno tem seu próprio ritmo de aprendizado. É necessário que a escola tenha o cuidado de acompanhar esses ritmos individuais”, diz.

Para Fátima, a escola é responsável pelo papel de identificar se o aluno possui algum tipo de dificuldade e, junto com os pais, buscar uma forma de superá-la.

O professor de história Gleiton Carvalho fala sobre possíveis causas que levam os alunos a chegarem pendurados ao final do ano. “Acontece por motivos como desinteresse, deixar tudo para a última hora e falta de organização. Infelizmente, a espera pela recuperação é comum em casos assim”, explica. A professora de língua portuguesa Emily Carvalho completa: “Muitas vezes, os alunos deixam rolar para ver no que vai dar, como eles mesmos dizem, e é aí que se dá o problema, pois acham que será fácil depois, mas a matéria acumula e fica bem mais difícil.”

Mudanças na rotina de estudos

O principal em todo o processo para concluir o ano letivo com sucesso, porém, é o esforço do estudante. Abrir mão de certos programas e comodidades é necessário na hora de correr atrás do prejuízo.

Lorena Cavalcante, de 11 anos, cursa o 6° ano e está de recuperação em cinco matérias. “Meu pai me colocou na aula de reforço. Acho ruim porque não gosto de matemática”, comenta. Para Lorena não reprovar o pai limitou o acesso dela à internet durante a semana, o tempo em frente à televisão, e passou a monitorar os trabalhos e deveres de casa. “Conversei com a coordenação do colégio e a solução foi colocá-la em aulas de reforço, que acontecem duas vezes na semana”, disse Selmar Nunes.

O caso de Carlos Henrique é mais grave. Ele tem 16 anos e está a um passo da reprovação. Quando seus pais descobriram, retiraram comodidades e o colocaram em uma rotina intensa de estudos. “Ao ver as notas dele fiquei chocada. O colocamos de castigo e tratamos de resolver o problema. Contratamos um professor particular que o auxilia durante alguns dias da semana, incluindo sábado e domingo”, diz a servidora Helena Guerra.

“Não fazia nada porque achava chato estudar. Estou arrependido. Minha mãe guardou meus videogames e até meu iPod”, reclama Carlos.

O que podem fazer pais e alunos que se encontram diante dessa situação?

1- Conversar com a escola, analisar tudo o que pode ser feito para melhorar e aproveitar o aprendizado e tentar minimizar esse impacto.

2- Em conversa com a coordenação, ver os critérios que a escola utiliza para as avaliações.

3- É necessário que os pais sentem e conversem com o aluno a respeito do que está acontecendo.

4- Montar um cronograma de estudos, dividindo as horas livres em descanso e ritmo de estudo nas matérias mais críticas.

5 – Rever o conteúdo, ler bastante (as Humanas), fazer muitos exercícios (as Exatas), se necessário procurar a ajuda de um professor particular.

6 – Estar mais atento às aulas.

7- Procurar reforço escolar, se for o caso.

8- Refazer as avaliações anteriores também é importante.

9- Focar nos objetivos com força de vontade.