Adiada reintegração de prédio ocupado por MDM

O Movimento Pelo Direito à Moradia (MDM), juntamente com o Movimento Moradia para Todos (MMPT), obteve mais uma importante conquista na luta contra a especulação imobiliária. A Justiça de São Paulo deferiu pedido do Ministério Público Estadual em adiar em 90 dias a reintegração de posse do edifício 355 da Rua sete de abril, no centro da capital paulista, evitando que dezenas de famílias fossem despejadas.


integrantes do MDM na ocupação em São Paulo/divulgação

Desde a madrugada do dia 15 de novembro de 2012 cerca de 300 pessoas ocupam o prédio abandonado há mais de 20 anos. De lá pra cá, os ocupantes resistiram às diversas tentativas de invasão da policia, às ações na justiça, e pressão de todos os tipos dos proprietários e seus advogados. O MDM faz parte da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam).

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Inicialmente, uma determinação da Justiça, do dia 3 de dezembro, havia estipulado a desocupação do imóvel em até 10 dias. Depois, após recurso apresentado pelo movimento, a previsão para a saída dos integrantes do movimento seria dia 31 deste mês.

Todavia, a ação do MP, fundamentada em provas levantadas pelo movimento, barrou a reintegração de posse e, ao mesmo tempo, cobra da Secretaria Municipal de Habitação o atendimento às famílias, a fim de garantir-lhes o direito à moradia.

Diante do total abandono destes imóveis os movimentos populares de luta por moradia adotaram como estratégia reivindicar programas habitacionais na área central de São Paulo, ocupando-os, visando sua permanência em um espaço já construído e dotado de infraestrutura, equipamentos sociais e empregos.

Na ausência de uma política habitacional, as ocupações se transformaram num instrumento de pressão junto ao poder público, colocando em pauta a questão da habitação nas áreas centrais e a necessidade de combater especulação imobiliária.

Estudos recentes já demonstram que é possível incluir a população de baixa renda nos programas de moradia social em áreas centrais, articulados com o Programa Minha Casa Minha Vida Entidade, com os recursos oriundos dos Governos Federal, Estadual e Municipal. Entretanto, é necessário que as autoridades envolvidas assumam o compromisso a fim de viabilizar, em curto prazo, solução para o problema de milhares de famílias que há anos aguardam uma moradia digna na Cidade de São Paulo.

Nilda Neves
Coordenadora Geral do Movimento pelo Direito à Moradia (MDM)

(documento anexo é possível conferir o pedido do MPE deferido pela Justiça da 23º Vara Cível da Capital)