Neonazista admite que esfaqueou por ‘dissidência ideológica’

Um suspeito de 26 anos confessou ter esfaqueado o jovem Henrique Fernandes de Mello, de 23, na madrugada de sábado (9), na praça General Daltro Filho, no Centro de Porto Alegre (RS). Ao prestar depoimento, ele admitiu que conhecia a vítima e que o atacou pelo fato de ele ter quebrado o código de conduta de um grupo neonazista, como informou o delegado Paulo César Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.

“Ele admitiu que (a vítima) era um conhecido dele, que haviam se desentendido, que haviam se jurado (de morte) e que eram skinheads no passado”, relatou o delegado. O agressor também reafirmou ser simpatizante de grupos neonazistas, mas negou participar de um grupo que defenda intolerância de qualquer natureza.

Após admitir o crime, o suspeito foi liberado. O autor será indiciado por tentativa de homicídio e, se comprovadas as razões do crime, por segregação racial. O delegado disse ainda que vai pedir a prisão preventiva do suspeito.

Mello foi atacado em uma parada de ônibus, por volta das 3h de sábado. Ele recebeu uma facada no abdômen e permanece internado em estado grave na UTI do Hospital de Pronto Socorro. Testemunhas relataram que o jovem foi atacado por três ou quatro agressores.

De acordo com o delegado, os suspeitos seguem a ideologia nazista defendendo a segregação racial. No Rio Grande do Sul, segundo ele, os neonazistas defendem o extermínio de negros, judeus e homossexuais. Conforme Jardim, em 10 anos, mais de 45 pessoas foram indiciadas por envolvimento em movimentos racistas e antissemitas.

Fonte: Sul21 e Rádio Guaíba