Trabalhadores exigem mudança de política do governo espanhol

Organizações sindicais e políticas exigiram nesta quinta-feira (25) ao governo espanhol que mude com urgência sua política econômica, após serem reveladas as novas cifras do desemprego no país, que superaram seis milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2013.

De acordo com dados revelados nesta quinta pelo Instituto Nacional de Estadística (INE), a Espanha fechou o primeiro trimestre com 6.202.700 desempregados, o que faz com que a taxa de desemprego se situe em 27,16% da sua população economicamente ativa, um novo recorde histórico.

Os dois principais sindicatos do país, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Comissões Operárias (CO), apontaram a reforma trabalhista do executivo do direitista Partido Popular como responsável "pela sangria e pela destruição do emprego".

Em um comunicado, a central sindical Comissões Operárias advertiu que não se pode seguir separando as diretrizes econômicas das políticas trabalhistas, pois enquanto as primeiras não forem modificadas não se voltará a gerar postos de trabalho.

A economia se converteu em um fim em si mesma, que obedece a um fim ideológico, denunciou a central sindical, após reclamar o retorno ao modelo social europeu, reequilibrando os poderes e reforçando a democracia.

Para a UGT, o principal déficit da Espanha não é o déficit público, mas o de emprego, tal como demonstram os dados da Pesquisa de População Ativa, que qualificou de "péssimos e desoladores".

O sindicato desafiou o governo conservador de Mariano Rajoy a reverter suas medidas de austeridade e chegar a um pacto pela recuperação econômica e o emprego, que seja fruto do diálogo social.

Entre janeiro e março, o número de desocupados neste país aumentou em 237.400 pessoas em relação ao quarto trimestre de 2012, segundo afirmou a pesquisa, publicada pelo escritório de estatística.

Segundo a EPA, uma ferramente que reflete com mais fidelidade a evolução do mercado de trabalho espanhol que o estudo realizado pelo Ministério do Emprego, se trata da taxa de desemprego mais alta desde o início da série, em 1976.

Pela primeira vez na história da Espanha, a cifra de trabalhadores na rua supera a barreira de seis milhões, já que no último fechamento dos dados o desemprego atingia 5.965.400 pessoas, o equivalente a 26,02% da população ativa. A maioria das organizações com representação parlamentar, inclusive aquelas com afinidades ideológicas com o partido no poder, denunciaram o fracasso da estratégia do Executivo.

Os conservadores Partido Nacionalista Basco (PNB) e a Convergência y União (CyU, na sigla em espanhol) exigiram ao Palácio de la Moncloa (sede do governo) uma reorientação urgente para reverter este drama.

De acordo com o ponto de vista do PNB, a situação de desemprego no Estado espanhol é dramática quantitativa e qualitativamente, enquanto que a CyU chamou de escandalosas e imorais as cifras reveladas pelo INE.

Fonte: Prensa Latina