Carlinhos Brown apresenta O Olhar que Ouve
O Palácio do Planalto recebe a exposição O Olhar que Ouve, iniciativa do multiartista Carlinhos Brown.
Publicado 26/04/2013 09:55 | Editado 04/03/2020 16:39

A mostra reúne imagens inspiradas na sensibilidade e originalidade do baiano, com presença do universo musical, seja no uso de sons ou na lembrança do Carnaval.
No total, são 19 telas espalhadas em cinco instalações, além da inédita obra formada por Caxirolas, instrumento musical oficial da Copa de 2014 criado pelo próprio Brown. A exposição tem curadoria de Matilde Matos, crítica e escritora com mais de 40 anos dedicados às artes plásticas brasileiras.
A iniciativa é resultado de incursão nas artes plásticas, ocorrida há cinco anos, quando Brown viu nas telas uma forma de expressão além da música. Seus primeiros quadros foram feitos de forma intuitiva, aplicando as cores de maneira espontânea, motivado por artistas como Emanoel Araújo, Ray Vianna e Sérgio Rabinovitz, Brown deu continuidade à sua pintura.“A vida inteira eu me vesti de arte, carreguei a inspiração e espiritualidade no meu visual. É também assim que a minha pintura mostra a força indígena e a miscigenação brasileira“, comenta Brown.
A abertura da exposição foi marcada pelo primeiro encontro da ministra da Cultura, Marta Suplicy, com a Caxirola, instrumento oficial da Copa do Mundo de 2014. O instrumento 100% brasileiro criado por Carlinhos Brown, em parceria com a The Marketing Store, foi idealizado para se tornar o objeto de expressão das torcidas em 2014, já está chancelado pelo Ministério do Esporte, e faz parte da linha de produtos oficiais da FIFA.
O Artista
Carlinhos Brown é um dos artistas mais criativos, atuantes e inovadores do atual cenário da música brasileira, dando visibilidade mundial à musica produzida no país. Brown se destaca como cantor, músico, produtor, arranjador e agitador cultural. Como músico, já integrou bandas de importantes artistas, como João Gilberto, Caetano Veloso, João Bosco e Djavan.
Como compositor, são mais de 400 obras gravadas por intérpretes consagrados, como Maria Bethânia, Gal Costa, Cássia Eller, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Rita Lee, Ney Matogrosso, dentre muitos outros. Sua discografia compreende, além de oito álbuns e dois DVDs solo, quatro discos coletivos. Já produziu Margareth Menezes, Timbalada, Arnaldo Antunes e Tribalistas.
No cenário musical internacional, já esteve ao lado de Black Eyed Peas, Carlos Santana, Ricky Martin, Lee Ritenour, Bill Laswell, Wayne Shorter, Jovanotti, Sergio Mendes, Angelique Kidjo, Miyazawa Kazufumi, Omara Portuondo e Ornella Vanoni. Também foi criador e produtor de trilhas sonoras e temas para filmes, novelas, séries, games e espetáculos de dança. Em 2012, foi indicado ao Oscar pela trilha da animação Rio e ganhou o prêmio da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil pela trilha de Capitães da Areia, dirigido por Cecília Amado.
Matilde Matos é personalidade importante da crítica de arte do país desde o final dos anos 1960. Foi curadora de mostras da Bienal de São Paulo, do Mercado Cultural e da Ebec Galeria de Arte e escreveu sobre arte brasileira para diversas publicações, entre livros, revistas e jornais. Em 2010, lançou 50 Anos de Arte na Bahia, um dos três indicados ao prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) no mesmo ano.
A Caxirola
A Caxirola é a derivação poética, simbólica e lúdica do Caxixi, instrumento idiofonico do tipo chocalho, artesanalmente de origem indígena brasileira, muito utilizado na capoeira e na MPB.
Tem como essência ser democrática, uma vez que toca-la é algo intuitivo e acessível a todos os torcedores. Estimula a criatividade, pois oferece variedade de ritmos e sons, sendo uma ferramenta importante para os espectadores se manifestarem de maneira autêntica durante as partidas de futebol.
Trás a essência do Caxixi transformada em um produto exclusivo para o torcedor. Sua estrutura foi modificada para uma produção industrial, através da injeção plástica. Esse tipo de produção permitirá uma manufatura em diversos tipos de plásticos, inclusive os denominados “plásticos verdes”, que são sustentáveis e ecológicos, pois garantem um processo produtivo que seja “eco-friendly”.Mantivemos a alça principal no vértice, porém incluímos mais três pequenas alças laterais que formam uma pega ergonômica e confortável, ideal para um produto que visa uma utilização a todo tipo de público.
A sonoridade oferecida é inteligentemente projetada e adequada tanto para utilização no interior, quanto no exterior dos estádios de futebol, pois possui um volume satisfatório sem excessos, preservando o conforto do público e evitando uma interferência negativa durante as partidas de futebol.
As sementes de Tinquim foram substituídas por pequenos polímeros plásticos, preservando a sonoridade, garantindo uma produção em larga escala e dando uma rica possibilidade de variações sonoras, criando assim um precedente para diversas variações do produto ao consumidor.
Exposição: O olhar que Ouve
Visitação: 22/04 a 26/05 de 2013
Horário: Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Domingos, das 9h30 às 14h.
Local: Térreo do Palácio do Planalto
Entrada franca
Classificação livre