Arquipélago de Fernando de Noronha ganha nova usina solar
O Arquipélago de Fernando de Noronha receberá uma nova usina solar fotovoltaica. Concebido pela parceria entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Sectec), e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), empresa do Grupo Neoenergia, o projeto de Eficiência Energética e Pesquisa e Desenvolvimento ampliará o parque de energia renovável na ilha.
Publicado 20/05/2013 10:18 | Editado 04/03/2020 16:56
O desenvolvimento e a implantação do sistema devem consumir recursos da ordem de R$ 11 milhões. O acordo de cooperação entre as duas instituições será assinado, nesta terça-feira (21), às 16h, na sede do Governo do Estado.
A Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), também participará da parceria fornecendo apoio técnico. O projeto integra o Programa de Eficiência Energética da Celpe e de Pesquisa e Desenvolvimento da Neoenergia, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A nova unidade geradora de energia renovável integrará o sistema elétrico da ilha juntamente com a usina solar que está sendo construída em uma área do Comanda da Aeronáutica.
O projeto vai ocorrer em duas etapas. Inicialmente, com a entrada em operação das usinas solares fotovoltaicas, o sistema elétrico de Fernando de Noronha será monitorado com o objetivo de definir a melhor estratégia para maximizar a geração renovável. Na segunda, o sistema contará com o suporte de um banco de baterias.
Os painéis fotovoltaicos serão instalados sob uma área de concreto de 6.000 metros quadrados, pertencente ao Governo do Estado, utilizada no passado para captação de águas pluviais. O sistema que converte a radiação solar em energia elétrica terá potência instalada de 500 kWp (quilowatt-pico), vai gerar cerca de 777 MWh/ano o que corresponde a 6% do consumo da ilha. A energia produzida será injetada na rede de distribuição da concessionária.
Na segunda parte do projeto, será instalado um sistema de controle associado a um banco de baterias. O sistema de acumulação de ion-lítio fará parte de uma estratégia de controle, gerenciamento e monitoramento do sistema elétrico de Fernando de Noronha para absorver as variações da geração solar fotovoltaica. Isso permitirá maior redução no consumo de óleo diesel, sem comprometer a confiabilidade do sistema elétrico do arquipélago, com a possibilidade, ainda, de evitar a operação de um dos geradores a diesel em alguns momentos. Com a entrada do sistema de acumulação, a geração renovável deverá reduzir em 235.000 litros/ano o consumo do combustível. O projeto de pesquisa ainda desenvolverá uma metodologia de previsão da intermitência da geração solar.
A usina solar fotovoltaica tem expectativa de vida útil de 25 anos e deve ser concluída em um prazo de um ano, após o início dos estudos de viabilidade técnica. Pelo acordo firmado, as duas instituições se comprometem a compartilhar apoio técnico, administrativo e operacional.
Como já ocorre com a primeira planta solar da ilha, que está sendo instalada em uma área cedida pelo Comando da Aeronáutica, o projeto básico e toda a instalação da nova usina também será elaborado e executado por uma empresa especializada. A vencedora da tomada de preço ficará responsável pelo monitoramento da operação e manutenção durante um período de 12 meses.
Após o período de implantação, a usina será de propriedade do Governo de Pernambuco e, por meio do Sistema de Compensação de Energia, regulamentado pela Aneel no ano passado para minigeração, a energia gerada será utilizada para compensar o consumo das unidades consumidoras da Administração Estadual da Ilha de Fernando de Noronha.
SMART GRID – Fernando de Noronha será também o primeiro local no Estado a contar com Redes Elétricas Inteligentes (REIs) instaladas pela Celpe. A concessionária, por meio de Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), está implantando na ilha um sistema que vai reunir as principais tecnologias nas áreas de medição, telecomunicações, tecnologia da informação e automação em um único produto. Entre os benefícios da nova rede estão o controle remoto de praticamente todos os processos, como leitura e religação, além da identificação e correção mais rápida de falhas no sistema. No total serão investidos R$ 16,4 milhões durante os três anos de implantação do projeto.
Fonte SECTEC