Há 25 dias em greve, camponeses dialogarão com governo colombiano

O governo e os camponeses colombianos em protesto no Catatumbo instalarão nesta sexta-feira (5) uma mesa de negociação que permita chegar a acordos em resposta às demandas dos agricultores.

Camponeses Colômbia - Agência Efe

Em greve há 25 dias, os manifestantes anunciaram na quinta que se reuniram com dois delegados governamentais no município de Tibú, no Norte de Santander, em um ambiente de respeito e entendimento.

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Durante o encontro, no colégio Francisco José de Caldas, fizeram a metodologia e o cronograma da mesa, que consistiráem quatro pontos fundamentais: a declaração de uma Zona de Reserva Camponesa, a substituição gradual dos cultivos ilícitos, a defesa dos direitos humanos e as políticas para mineração e energia.

O vice-ministro do Trabalho, José Noé Ríos, e o diretor do Programa de Paz do Magdalena Médio, Ubencel Duque, dirigem a delegação governamental, enquanto a comitiva camponesa está conformada por seis porta-vozes, entre eles Cessar Jerez, presidente da Associação de Reserva Camponesa.

Com este passo, ambas as partes tentarão avançar na busca de uma solução enquanto os 16 mil manifestantes continuam em greve em vários municípios dessa região.

A mobilização tem sido reprimida pela força pública, que primeiro lançou bombas de gases lacrimogêneos, balas de borracha e bombas de efeito moral contra os camponeses e, em duas ocasiões, abriu fogo com um saldo de quatro civis mortos e mais de 30 feridos graves.

A violência do Estado foi repudiada por numerosas organizações sociais e políticas dentro e fora da Colômbia. O congressista Edison Delgado, do Partido Liberal, fez um chamado ao governo para que busque uma solução justa e efetiva.

"Não podemos esperar mais mortes, mais mal-estar e muito menos que estas situações se repitam ou se multipliquem em outros lugares do país", disse.

Fonte: Prensa Latina