Rajoy nega que vá renunciar após escândalos de corrupção
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, descartou nesta segunda-feira (15) em Madri qualquer possibilidade de renunciar, após os pedidos para que deixe o cargo formulados por vários partidos da oposição diante dos escândalos de corrupção que envolvem o partido no poder.
Publicado 15/07/2013 17:02
Em uma coletiva de imprensa no Palácio de La Moncloa (sede governamental), Rajoy afirmou que defenderá a estabilidade política e cumprirá o mandato que os espanhóis lhe concederam.
O chefe do Executivo respondeu às demandas do Partido Socialista Operário Espanhol e da coalizão Esquerda Unida, que o pressionaram a deixar o cargo devido às denúncias sobre um financiamento irregular e o pagamento de mesadas dentro do direitista Partido Popular (PP).
Rajoy, que compareceu em La Moncloa junto com o premiê polonês, Donald Tusk, assinalou que "se outros querem jogar outras coisas, essa é sua responsabilidade".
Aludiu às solicitações de renúncia por parte da oposição, depois que o ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, confessou ao jornal El Mundo que o partido conservador foi financiado de maneira ilegal nas últimas duas décadas.
Precisamente, Bárcenas confirmou nesta segunda-feira perante o juiz da Audiência Nacional, Pablo Ruz, ser o autor de uma suposta contabilidade paralela, que reflete doações e pagamentos de retribuições obscuras a dirigentes populares, inclusive ao próprio Rajoy, segundo reproduziram meios jornalísticos.
Após vários dias de silêncio e criticado pela falta de explicações, o presidente do Governo indicou que não pode sair todos os dias para desmentir os rumores, insinuações e informações que aparecem nos meios de comunicação.
Referiu-se às declarações sobre o caso realizadas em fevereiro, quando afirmou que nunca recebeu nem repartiu dinheiro ilícito no seio de seu partido.
Com relação à troca de mensagens eletrônicas (SMS) entre ele e Bárcenas, publicada ontem pelo El Mundo, apontou que "são as melhores provas de que o Estado de direito não se submete a chantagem", mas sem chegar a desmentir o fato.
Segundo o jornal, nessa troca de SMS, Rajoy pediu a seu outrora administrador que negasse as denúncias sobre um caixa dois do partido conservador e o pagamento de mesadas ilícitas a seus dirigentes.
"Os SMS somente ratificam o que disse antes, que o Estado de direito não se submete a chantagem", insistiu.
Fonte: Prensa Latina