Publicado 20/08/2013 18:03 | Editado 04/03/2020 16:49

A entidade representa cerca de 670 mil universitários do Estado e reuniu para a posse de sua nova diretoria além de estudantes, políticos, representantes de movimentos sociais e de trabalhadores. A solenidade também foi marcada por palavras de ordem e por variadas interpretações dos movimentos populares do mês de junho no País.
Jô Moraes também falou do esforço para entender o novo contexto político; da necessidade de ampliação da democracia e do simbolismo de a posse acontecer na UFMG – uma universidade conhecida pela qualidade do ensino, da pesquisa e de seus professores e alunos.
Bandeiras
Estudante de Ciências e Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, na cidade de Rio Pomba, o novo presidente da UEE/MG, Paulo Sérgio de Oliveira, considera “mais que propício o momento histórico para lutar pela criação do Fundo Social do Minério, cuja destinação deve ser inteiramente revertida para a Educação”.
Outras prioridades defendidas são as lutas pelo plano de reestruturação e estadualização das universidades estaduais (UEMGs); pela estatização do transporte público e a redução das tarifas de energia elétrica.
O vereador Gilson Reis (PCdoB) alertou os estudantes “para os riscos representados por movimentos de ultradireita que tomam conta não só do Norte da África, mas até mesmo do Brasil. Ele destacou que “ já há convocação, destes setores, para um ato no dia 7 de Setembro, pedindo a volta dos militares ao poder”.
Segundo o vereador, “o equilíbrio da luta se dá com a ação da juventude, com uma agenda longa e eficiente voltada para a participação popular, para o desenvolvimento, a melhoria das condições de vida e de trabalho”. Gilson Reis também convidou os estudantes a participar de uma Audiência Pública para discutir transporte público, no próximo dia 26, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Recursos
Já Joceli Andreoli, do Movimento dos Atingidos por Barragens, fez a defesa de uma investigação a respeito das tarifas cobradas na conta de energia elétrica em Minas e defendeu a construção de uma unidade no Estado em torno do tema e também do plebiscito para a reforma política.
Renato Campos, do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e do Movimento Luta de Classe defendeu uma reversão dos gastos com o serviço da dívida nacional (juros e amortização) que consomem 43,98% dos recursos federais para a habitação. Setor onde foram investidos apenas 0,001% dos recursos, disse.
Para ele, os movimentos populares de junho vêm acontecendo no mundo todo e não apenas no Brasil e deverão se radicalizar. “Não estamos imunes nem sozinhos. Mas as manifestações foram de grande importância pedagógica não só para os políticos como também para os movimentos sociais”, avaliou.
Representante dos trabalhadores no evento, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Marcelino Rocha disse que a entidade está de portas abertas para a juventude, os estudantes. Embora não se alongasse no pronunciamento, ele alertou para “o risco representado pela ofensiva das grandes empresas transacionais à soberania n acional. É preciso estar atentos, prestar atenção no que está acontecendo também no mundo do trabalho”, recomendou ao parabenizar os estudantes.
Violência
Clarice Goulart, da Marcha Mundial das Mulheres pediu atenção para a escalada da violência nas cidades, no País, especialmente contra as populações das periferias e as mulheres. “A violência é crescente até mesmo nas manifestações populares. Precisamos colocar este assunto na pauta das discussões prioritárias”, defendeu.
A representante da União Nacional dos Estudantes, Mirele Cardoso alertou para a necessidade de mobilização em torno do Plano Nacional de Educação. “Temos de dizer bem claro o que queremos: centrar os investimentos na educação pública de qualidade”. Ela também fez a defesa da destinação dos recursos do Fundo Social do Minério, a ser criado, para o setor.
Já o vice presidente da UEE, Felipe Rodrigues conclamou os estudantes a se empenharem nas bandeiras prioritárias da entidade. A secretária geral empossada, Moara Correia, criticou os trotes machistas que têm acontecido nas universidades, inclusive na UFMG, defendeu uma melhor qualidade de ensino; a ampliação dos espaços para os pobres e negros e conclamou os estudantes para o debate sobre reforma política com plebiscito popular exclusivo.
Graça Borges
Fotos: GB