Comunicadores criam observatório do direito à informação indígena
Comunicadores indígenas decidiram criar um Observatório Continental do direito à comunicação dos povos originários, com o propósito de acompanhar o cumprimento desse direito. Também vão gerar uma linha de investigação para o uso das novas tecnologias de informação.
Publicado 23/10/2013 18:14

A decisão foi tomada na 2ª Cúpula de Comunicação Indígena de Abya Ayala, reunida de 7 a 13 de outubro na região de Santa Maria, Oaxaca, que contou com a participação de representações de 16 países das Américas.
Em documento tirado do encontro, os comunicadores reivindicam dos Estados nacionais o reconhecimento e o respeito à comunicação dos povos indígenas, mediante reformas legislativas que lhes garantam a posse dos seus próprios meios de comunicação e acesso às novas tecnologias.
Também pedem o reconhecimento à autonomia territorial, o que inclui o espectro eletromagnético como um bem comum, assegurando a concessão de frequências derivadas da transição digital.
Ficou acordado na Cúpula a elaboração de um diretório continental de comunicadores indígenas e suas respectivas organizações, e a conformação da Rede de Mulheres Comunicadoras Originárias de Abya Ayala e a criação de um blog onde elas possam trocar experiências.
A 2ª Cúpula sinalizou com muita força a formação de comunicadores indígenas, tanto no meio rural como urbano. Para tanto, pretende identificar as necessidades específicas de formação em cada comunidade para então criarem um mapa interativo na internet que aponte onde as capacitações se mostram mais necessárias. Para tanto, a cúpula propôs a consolidação do Projeto de Escola Itinerante Continental da Comunicação Indígena.
"Somos comunicadores indígenas do novo tempo. Estamos caminhando para uma comunicação própria, diferenciada, por e para os povos indígenas", argumentaram na Declaração emitida pela Cúpula.
A flecha, apontada pela Cúpula como o símbolo mais antigo dos povos indígenas, "indica a saída da crise civilizatória" para uma nova utopia no terceiro milênio dirigida a toda a sociedade do século 21. Para isso, a comunicação indígena torna-se fundamental, disseram.
Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de informação