Senado manifesta pesar pela morte de Calucho, militante do PCdoB
Por proposta do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), o Senado aprovou manifestação de pesar pela morte do economista e publicitário Carlos Olímpio Martins de Carvalho, o Calucho, que foi dirigente do PCdoB na Bahia e no Distrito Federal, falecido na madrugada desta quarta-feira (30), vítima de câncer, em Salvador (BA).
Publicado 30/10/2013 19:15
“Calucho ingressou no PCdoB em 1974. Participou do movimento estudantil e da construção do Partido Comunista do Brasil, que ainda era clandestino e duramente perseguido pela ditadura que, dois anos depois, assassinou e prendeu alguns de seus principais dirigentes no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em São Paulo”, lembrou Inácio.
Parlamentares lamentam morte de dirigente do PCdoB
O senador afirmou que, mesmo golpeado, “o Partido resistiu, graças a militantes como Calucho que, com destemor e confiança na luta popular, continuaram nas mais duras condições as atividades políticas. Assim que foi lançado o jornal Tribuna da Luta Operária, em 1979, integrou-se nas suas atividades, colaborando e vendendo a publicação do PCdoB nas portas de fábrica e construções, nos sindicatos e escolas, nas praças e ruas de Salvador”.
Reconquistada a legalidade partidária, os comunistas voltam a ocupar cadeiras na Câmara Federal, e Calucho vai trabalhar junto à bancada em Brasília, fortalecendo a atuação dos parlamentares.
“Economista, Calucho depois passou a atuar profissionalmente como publicitário. Era sócio da empresa de publicidade Tempo Propaganda. Nessa condição, participou de diversas campanhas de candidatos progressistas, como as dos atuais governadores da Bahia, Jaques Wagner, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Continuou contribuindo, também, com as campanhas dos candidatos do PCdoB de vários estados”, relatou o líder do PCdoB no Senado.
“Como afirmou a escritora portuguesa Lídia Jorge, ‘a morte não é morrer, a morte é sair da memória’. Calucho vive na memória dos milhares que se beneficiaram da convivência com sua alegria, camaradagem e sua lucidez. O Brasil e o PCdoB perdem um combatente das grandes causas da Humanidade. Nossa solidariedade aos familiares, amigos e camaradas de Calucho”, terminou o senador.
Contribuição
A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que Calucho, já muito doente – ele sofria de câncer na medula – contribuiu na luta dos portadores da doença, pela liberação de medicamentos específicos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) lembrou a participação de Calucho no movimento estudantil, na Bahia, ainda durante a ditadura militar, e a atuação mais recente dele na organização partidária.
“Foi um companheiro que se especializou na organização administrativa para os processos eleitorais, tanto é que migrou para atividade no ramo da publicidade, pelo seu acumulado histórico. Contribuiu para a vitória de diversos companheiros pelo Brasil afora, ajudando nos processos eleitorais, com a sua imaginação, com o seu senso de organização”, disse o senador baiano.
Calucho tinha 56 anos, deixa a esposa Iara, dois filhos, Bruno (com a senadora Lídice da Mata, sua primeira esposa) e Aline; três enteados (Naum, Tiago e Taís) e quatro netos – o quinto neto nascerá em dezembro. Deixa também os irmãos Margarida Marques, Diude Carvalho, Pereira Augusto Carvalho, Isa Maria Carvalho e José Reinaldo Carvalho, que é o secretário nacional de Comunicação do PCdoB.
Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Sen. Inácio Arruda