Equador: eleições municipais definirão futuro da Revolução Cidadã
O Equador realizará, neste domingo (23), eleições municipais para eleger prefeitos, vice-prefeitos, conselheiros urbanos e rurais e porta-vozes das juntas paroquiais. A perspectiva é de que os candidatos do Aliança País – Partido do presidente Rafael Correa – vençam na maior parte das cidades. Mas, a disputa pela prefeitura de Quito chama a atenção porque poderá dar o tom da campanha que será engendrada pela oposição até as eleições presidenciais de 2017.
Publicado 21/02/2014 16:34

O presidente Rafael Correa participou ativamente da campanha eleitoral, que pediu licença de suas funções para se dedicar a apoiar candidatos a prefeitos. Durante o encerramento das atividades de campanha, Correa afirmou que “a grande candidata no próximo domingo se chama Revolução Cidadã” e ressaltou que “os processos de mudança não devem depender de pessoas”.
No domingo (23), cerca de 12 milhões de pessoas deverão votar e pelo menos 150 observadores internacionais — bem como representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac),da Aliança Bolivariana Para os Povos de Nossa América (Alba), da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da Liga Árabe e da Comunidade Andina — irão ao Equador para acompanhar o pleito.
Prefeitura de Quito e Revolução Cidadã
A disputa pela prefeitura de Quito se dá em meio ao surgimento de uma “nova direita” na América Latina, que teve como expressão maior a candidatura de Henrique Capriles que, na Venezuela, concorreu com Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Esta nova faceta é caracterizada pelo discurso versátil e menos conflituoso, pela suposta incorporação de programas implementados pelos governos pós-neoliberais e por representar uma “renovação política”, mesmo tendo por trás de si os velhos quadros da política tradicional.
No Equador, a “nova direita” é representada por Mauricio Rodas. Em sua primeira aparição na eleição presidencial de 2013 ficou em quarto lugar. As últimas pesquisas apontam um empate entre Rodas e Augusto Barrera, atual prefeito da cidade e partidário do Aliança País.
Rodas fundou uma ONG, que conta com recursos na ordem de US$ 8 milhões anuais e que tem o apoio da Fundação Nacional para a Democracia (NED na sigla em inglês). A NED tem em seu currículo o envolvimento na contrarrevolução nicaraguense, o financiamento de diversos grupos latino-americanos e atua em parceria com a CIA.
Diante deste cenário, o próprio Rafael Correa declarou: “entendamos que o que está em jogo não é o serviço à cidade, é a ponta de lança para parar a Revolução Cidadã”. O mandatário também tem alertado para uma possível desaceleração no processo de integração regional.
Para o cientista político argentino, Juan Manuel Karg, “Agências como a Usaid e a própria NED tem financiado financiamiento o Ethos desde seu nascimiento, e agora impulsionam Rodas como um ‘presidenciável’ que pode vencer o governo de Correa — conhecido precisamente por enfrentar a ingerência destas agências vinculadas a Washington em nosso continente —“. Para o Karg, “o resultado de domingo será um pontapé para conhecer o futuro da Revolução Cidadã”.
Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Martina Silva