Tropas russas na Ucrânia só em "extremo caso", diz Putin

Nesta terça-feira (4), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou pela primeira vez sobre a tensão na Ucrânia desde a deposição do mandatário ucraniano, Viktor Yanukovich. Putin concedeu uma entrevista coletiva e denunciou publicamente o golpe de Estado no país vizinho. Ele também comentou que não há necessidade para o uso das Forças Armadas e esclareceu que as tropas que bloquearam as unidades militares ucranianas na Crimeia, não pertencem ao exército russo.

Tropas russas na Ucrânia só em "extremo caso", diz Putin - RT

“O que aconteceu na Ucrânia foi um golpe anticonstitucional e uma tomada de poder, mas ninguém pode compreender o motivo pelo qual aconteceu”, expressou o presidente russo. Putin acrescentou que trata-se de uma “tomada do poder pelas armas” e disse que isso resultado de uma “insurreição armada”.

Ele disse ainda que o presidente Yanukovich não ordenou um único decreto ilegal, ao contrário do que estão fazendo as novas autoridades ucranianas.

Para Putin, as “ações inconstitucionais” da oposição dividiram a Ucrânia em duas partes. O chefe de Estado russo disse estar convencido de que a população do país vizinho queria mudanças, mas afirmou que é impossível apoiar tais atos ilegítimos, principalmente porque as comunidades que coexistem dever ter os mesmos direitos. Contudo, ele também considera que os habitantes do país precisam tem o direito a determinar o destino de suas regiões.

Forças russas na Crimeia

A Câmara Alta do Parlamento russo aprovou no sábado (1º3), por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às Forças Armadas russas no território da Ucrânia".

Segundo Putin, por enquanto, não há necessidade de enviar tropas russas à Ucrânia, embora tenha reconhecido que essa "possibilidade existe" em caso de uma "situação extrema". "Qual pode ser o motivo para o uso das forças armadas? Certamente, um caso extremo", declarou o chefe do Kremlin.

Sobre a ajuda russa na Crimeia, o mandatário comunicou que está trabalhando a solicitação das autoridades da região autônoma junto ao ministério de Finanças. Putin acrescentou que a Rússia "tem um pedido (nesse sentido) do presidente legítimo da Ucrânia", em alusão ao presidente deposto Viktor Yanukovich, que se encontra refugiado em território russo.

"Inclusive, se tomarmos a decisão de empregar as forças armadas, será legítima", ressaltou o presidente russo. Ainda assim, Putin garantiu que as unidades militares ucranianas estão sendo impedidas por forças locais simpatizantes ao governo russo e não por tropas sob seu comando.

O mandatário se mostrou convencido de que os militares, russos e ucranianos, "não estarão em lados diferentes" das barricadas, mas do mesmo. Segundo Putin, muitos chefes militares russos e ucranianos "se conhecem pessoalmente".

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina