Reunião plena da UNE aprova lutas para o semestre

Dos dias 24 a 26 de fevereiro a diretoria plena da UNE se reuniu na Universidade de Brasília (UnB), na capital federal, para discutir os desafios do movimento estudantil nos próximos meses.

Durante o encontro, ocorreram debates sobre educação, mercantilização do ensino superior privado e a desmilitarização da polícia. Os estudantes ainda participaram no dia 25 da audiência pública sobre o Plano Nacional de Educação, ocupando o plenário da Câmara dos Deputados. Em um claro enfrentamento aos tubarões do ensino, que estavam presentes à audiência, os diretores da UNE exigiam a aprovação do texto original da Câmara e pressionavam os parlamentares para garantir que os 10% do PIB sejam destinados exclusivamente à educação pública. “Eu não sou otário, os meus 10% não vão para o empresário”, entoavam mais de 50 estudantes de todo o Brasil.

A reunião aprovou por consenso entre toda a diretoria uma resolução de conjuntura e seis moções sobre os assuntos mais importantes discutidos ao longo dos três dias. A resolução de conjuntura faz um resumo sobre o posicionamento da entidade a respeito dos acontecimentos recentes da nossa sociedade como o aumento das taxas de juros, a manipulação da mídia e repressão às manifestações de rua, os grandes veículos de informação a serviço do conservadorismo, a cobertura tendenciosa da imprensa para o programa Mais Médicos, a mercantilizarão do futebol além de incentivar o debate em torno da reforma política.

Entre as moções aprovadas, os estudantes fizeram questão de destacar o gole midiático que está em curso na Venezuela. Com a presença do conselheiro da Embaixada da Venezuela, Carlos Ron, a UNE aprovou uma carta de solidariedade à Revolução Bolivariana. No documento, a entidade lamenta as mortes ocorridas nas manifestações e condena a instrumentalização destas pelas forças conservadoras que tentam utilizá-las para colocar o povo contra o governo. “A UNE apoia o processo de revolução bolivariana para que ele não ceda às pressões da direita golpista. A entidade se posiciona ao lado da democracia e repudia qualquer tipo de tentativa de imposição ditatorial, seja na Venezuela como também em toda a América Latina”, diz trecho da carta.

Foi aprovado ainda um regimento para realização do 62º Conselho Nacional de Entidades Gerais, na cidade de Niterói (RJ), dos dias 30 de maio a 1º de junho 2014. Dentre das moções, também uma grande chamada para a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira desde ano; uma paralisação em apoio aos servidores federais; uma de realização III Seminário de Assistência Estudantil da UNE; Contra a Lei Antiterror do Senado Federal; e em solidariedade à Fatec.

Leia abaixo trecho das moções aprovadas e baixe a íntegra dos documentos.

Jornada de Lutas da Juventude

Convocada em grande unidade entre a diretoria da UNE e os movimentos sociais que a compõe, a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira de 2014.Ficou aprovada a realização de uma agenda de mobilizações, iniciando com um ato na Câmara dos Deputados no dia 12 de março, junto com as demais entidades do movimento educacional pela aprovação do Plano Nacional de Educação da Câmara, com a destinação de 10% do PIB para a Educação Pública.

Lei Antiterror

Ganhou mais força nos últimos dias o debate em torno de uma Lei do Senado Federal que coíba os atos violentos, vandalismos e outras categorias, elencando como “terrorista” também os lutadores que mais são vítimas de um sistema e da violência policial. A UNE se posiciona contra proposta genérica e vaga na definição do que seria “terrorismo”, abrindo um perigoso espaço para criminalização dos/as manifestantes e dos movimentos sociais. Deveria ser de uma reformulação no projeto de segurança pública brasileira que desmilitarize as forças policias e as torne mais cidadãs, aprofundando assim a nossa democracia.

Assistência Estudantil

Outra moção aprovada foi à chamada para o III Seminário de Assistência Estudantil da UNE, que deve acontecer de 09 a 11 de maio de 2014 na cidade de Ouro Preto (MG), no campus da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Com a tarefa de mobilizar estudantes de todos os estados do Brasil para a conquista da permanência na universidade, recursos e condições para permanecer nela.

Soliedariedade a Fatec e Etec

A UNE se soma a luta dos Fatecanos, representando pelo seu Diretório Central dos Estudantes da Fatec, que se mobilizam para enfrentar a precarização de suas unidades de ensino. Problemas estruturais como falta de laboratórios, ausência de restaurantes universitários e pouquíssimas bolsas de iniciação cientifica fazem com que os estudantes se unem com os professores e funcionários em torno de uma Fatec e Etec com mais investimentos e valorização por parte do Governo do Estado.

Paralisação em Apoio aos Servidores

A UNE é solidária a paralisação dos técnico-administrativos e docentes das Instituições de Ensino Superior em prol de uma política salarial e estruturação de carreira que valorizem esses servidores, do mesmo modo que valorize a educação pública do nosso país a fim de superar todos os desafios que nos são colocados.

Fonte: União Nacional dos Estudantes