Quase 53 mil pessoas desapareceram no México em oito anos, diz governo
Nos últimos oito anos, 52.941 pessoas desapareceram no México. Familiares de 22.322 deles ainda esperam resposta sobre o paradeiro dos parentes, segundo dados da Secretaria de Governo do Sistema Nacional de Segurança Pública, divulgados pela imprensa mexicana nesta sexta-feira (22). Os desaparecimentos são um dos maiores problemas vivenciados pelo México atualmente.
Publicado 23/08/2014 11:28

Todos os anos são feitas milhares de denúncias por familiares, mas dificilmente os casos de desaparecimento são investigados e solucionados e há grande dificuldade na contagem desses números, pois os dados não são coordenados pela esfera federal. De acordo com o órgão estatal, durante os governos de Felipe Calderón (2006-2012) e Enrique Peña Nieto, presidente desde 2012, 52.941 casos de desaparecimento foram denunciados. 30.619 pessoas foram encontradas com vida e 1.524 morreram.
A subprocuradora Jurídica e de Assuntos Internacionais da Procuradoria Geral da República, Mariana Benítez Tiburcio, disse ao jornal mexicano La Jornada que o problema é uma herança do governo anterior.
Análises internas do governo federal às quais o jornal teve acesso, no entanto, revelam a falta de comprometimento com que o caso foi tratado. De acordo com o periódico, 40% dos casos herdados pela atual gestão sequer haviam começado a ser investigados. Além disso, em 18% dos casos não havia nenhum documento que descrevesse pelo menos a causa do desaparecimento.
O governo Peña Nieto afirma que a situação dos desaparecidos é “um compromisso prioritário”, mas, somente durante a atual gestão (de 1º de dezembro de 2012 a 31 de julho de 2014), foram denunciados os desaparecimentos de 23.234 pessoas. Destas, 13.444 foram localizadas, 95% com vida. Outras 9.790 seguem em paradeiro desconhecido.
Mariana afirmou que entre as causas para o desaparecimento estão a ausência voluntária por problemas domésticos, privação ilegal de liberdade, migração e imigração, reclusão a algum centro penitenciário, morte ou outro delito.
O governo está trabalhando em um “plano nacional de busca sistematizado” e anunciou a criação de uma rede nacional para a busca de pessoas, assim como mecanismos de “busca urgente”. Por hora, o governo implementou o sistema de busca de pessoas perdidas, mas na base de dados constam apenas 6.608 pessoas.
Fonte: Opera Mundi