Ex-secretário de Defesa revela questões internas do governo dos EUA

Novas Revelações sobre o funcionamento interno do governo dos Estados Unidos virão à luz, nesta terça-feira (7), com o lançamento do livro ‘Lutas Dignas’, que contém as memórias do ex-secretário de defesa norte-americano, Leon Panetta.

Leon Panetta

O livro descreve as divergências entre Panetta e o presidente Barack Obama sobre política externa, particularmente ligadas à Síria e ao Iraque, bem como a crise orçamental.

Muitos dos depoimentos no livro foram dados por Panetta em conversas recentes e em depoimentos perante o Congresso.

Segundo o jornal norte-americano The New York Times, depois que Panetta renunciou ao cargo de secretário de Defesa no ano passado, observou com crescente espanto que Obama “perdeu o caminho político”.

Para ele, que também é o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), Obama, em vez de afirmar a liderança americana no cenário mundial, estava hesitante e muito cauteloso.

Panetta descreveu no livro as suas opiniões sobre a permanência das tropas no Iraque, ajuda com armas e dinheiro aos rebeldes sírios e o confronto com o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Ele também aborda os problemas cruciais do Departamento de Defesa, incluindo problemas sistêmicos em hospitais de veteranos e serviço militar, estendido ao máximo para duas longas guerras no Iraque e no Afeganistão.

Ele ainda fala sobre seus procedimentos de avaliação utilizados na prisão instalada na base naval de Guantánamo.

O livro deixa claro a sua discordância com os críticos que questionaram a utilidade do que ele chama de "técnicas desagradáveis", afirmando que "os duros interrogatórios" permitiram que alguns prisioneiros cedessem à pressão de seus captores e ajudassem a entender a Al-Qaeda, assim como seus métodos e lideranças.

O New York Times observa que nas páginas deste livro não há nenhum exame substancial das falhas de inteligência que contribuíram para o fracasso da administração Obama em prever a Primavera Árabe ou entender suas implicações no Egito, na Líbia e na Síria.

Nem há qualquer análise real sobre porque a Casa Branca parece ter sido apanhada de surpresa com o rápido desenvolvimento do EI e do colapso do exército iraquiano.

Agora, com 76 anos de idade, Panetta disse que espera inspirar os jovens com a sua história e disse que não tem planos de voltar a cargos públicos.

Da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina