Procurador afirma que México se arma para combater crime organizado

O México está se armando para combater o crime organizado que é financiado pelo mercado de drogas nos Estados Unidos, disse o procurador-geral do país, Jesús Murillo.

Mexicanos protestam contra desaparecimentos

O funcionário público se reuniu ontem com representantes de meios internacionais e assegurou que o governo do presidente Enrique Peña Nieto está decidido a enfrentar os cartéis criminosos.

Apontou que os episódios sangrentos em Iguala, estado de Guerrero, que deixaram seis mortos, dezenas de feridos e 43 estudantes desaparecidos, está vinculado ao poder dos cartéis que se enriquecem com o maior mercado de drogas do planeta.

"Temos a maior fronteira (com Estados Unidos), de três mil quilômetros, com o maior mercado de drogas do mundo", enfatizou.

Disse que o tráfico com esse mercado gera grandes lucros e "um poder brutal" ao crime organizado.

"Isso submergiu o país em uma delinquência que não conhecíamos. Apenas estamos nos armando para combatê-los", reafirmou.

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Murillo enfatizou que a prioridade em Iguala é encontrar os desaparecidos. Indicou que as investigações avançam e que em breve os resultados serão informados.

Em companhia do comissionado nacional de Segurança, Alejandro Rubido, disse que o atual governo tem conseguido resultados no combate à delinquência, tanto no porto guerrerense de Acapulco, como nos estados de México, Tamaulipas e Michoacán, onde a delinquência dominava vastos territórios.

Argumentou que a desarticulação de vários cartéis fez com que os remanescentes se deslocassem para outros estados fronteiriços, o que pode explicar a situação no município de Iguala, onde a polícia local foi infiltrada pelo grupo criminoso Guerreros Unidos.

“Trata-se de um cartel”, explicou Murillo, “debilitado após a detenção de seu capo principal, Mario Covarrubia, cujo posto era disputado por várias facções. O Guerreros Unidos se nutre do tráfico de amapola e maconha para a cidade estadunidense de Chicago”, informou.

O titular da Procuradoria Geral da República, por mandato presidencial, visitou na terça-feira (7) o município de Iguala, onde assegurou também a articulação de forças do Exército, da Armada, da Polícia Federal e da Gendarmeria Nacional, que substituiu o corpo policial local.

Anunciou que ao redor de uma dezena de novas testemunhas estão contribuindo com informação valiosa e se comprometeu a que, em um breve tempo, terá respostas sobre o caso.

Sobre os desaparecidos, disse que é uma realidade, ainda que não se aventurasse a assegurar que os restos encontrados em seis fossas comuns da zona correspondam aos de estudantes normalistas, cujo paradeiro se desconhece desde os fatos ocorridos entre 26 e 27 de setembro.

Fonte: Prensa Latina