Luciano fala sobre preconceito e discriminação
"Nossas intenções no governo, na luta social e até na vida privada nós as traduzimos de muitas formas. No governo, na forma de programas e de projetos, mas a essência de tudo está na possibilidade que nós tenhamos de mudar concepções, de nos educarmos e de educar milhões de pessoas no sentido da transformação real da sociedade", afirmou o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira.
Publicado 24/11/2014 17:44 | Editado 04/03/2020 16:55
Evento promovido pela Prefeitura do Recife no dia (20).
Na ocasião, o governo municipal lançou a versão atualizada do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI), criado originalmente no âmbito da PCR em 2008, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNDU) e do Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional.
Luciano lembrou ainda, citando Karl Marx, que em todas as sociedades de classe termina predominando o consenso imposto por meio de múltiplos instrumentos de interferir sobre a formação da consciência das pessoas que é o consenso do ponto de vista da classe dominante ou das elites dominantes.
'É por isso que é necessário ter programas assim. E é por isso que nós reconhecemos, todos nós que lutamos contra todas as formas de discriminação, de preconceito, que lutamos pela igualdade entre homens e mulheres em todas as suas facetas, temos também a compreensão de que se trata de uma luta de longo curso, de sentido histórico, porque, para além das transformações na base da sociedade, as mudanças reais da superestrutura jurídica institucional e da consciência das pessoas, no chamado consenso predominante na sociedade, como dizia Marx, é uma luta que leva muito, muito tempo. Não é simples, não é fácil", destacou Luciano.
Ele explicou que é por isso que o preconceito, a discriminação, se repete, se reflete, em nosso cotidiano muitas vezes de maneira dissimulada e só quando ganhamos a consciência plena do problema é que nós nos damos conta e o que é dissimulado vem à tona, às vezes, das formas mais sutis ou até na forma de uma brincadeira, de uma forma aparentemente simpática de praticar a discriminação.
"Portanto, o que nós celebramos neste instante é, sobretudo, compromisso. E, repito, que os programas e os projetos que nós desenvolvemos na gestão pública e este só tem sentido e só tem efeito real em íntima integração e interação com a sociedade e com os movimentos que se dedicam especificamente à luta contra toda a forma de discriminação são instrumentos de trabalho que só valem mesmo se nós nos imbuirmos da responsabilidade comum". Luciano encerrou seu pronunciamento recitando trecho de poema de Solano Trindade. "Uma obra libertária", disse.
Participação
Presentes ainda no evento os secretários Ana Rita Suassuna, de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; Sílvia Cordeiro, da Mulher; e Marconi Muzzio, de Administração e Gestão de Pessoas. Participaram ainda do evento representantes de movimentos sociais ligados à questão racial de Pernambuco, como Inaldete Pinheiro, ativista do Movimento Negro; Mãe Elza e Jorge Arruda, do Cepir-PE, representando o Governo do Estado.
Clique no link abaixo e saiba mais sobre o Programa de Combate ao racismo Institucional (PCRI) da Prefeitura do Recife.
Audicéa Rodrigues
Do Recife