Sindicatos espanhóis alertam sobre crescimento de emprego precário

Os sindicatos e partidos de oposição da Espanha consideram que a queda do desemprego se baseia no aumento de empregos precários e temporários, enquanto o país continua dependendo da estacionalidade, segundo informou a mídia do país nesta terça-feira (2).

Protestos contra desemprego na Espanha - Susana Vera/Reuters

O Ministério de Emprego e Segurança Social anunciou que em novembro o número de pessoas registradas nas listas oficiais de desemprego caiu em 14.688 pessoas, fixando a quantidade de desempregados em 4.512.116 pessoas.

A respeito, a central Comissões Operárias advertiu que a Espanha continua obcecada por um modelo produtivo baseado nos serviços, com peso decrescente da indústria, mas com emprego precário e de baixo salário, com muitas flutuações sazonais.

Longe de um aumento sólido e permanente, os dados demonstram, na opinião do sindicato, que não houve a mudança estrutural anunciada pelo governo.

A União Geral dos Trabalhadores lamentou igualmente a maior temporalidade e os salários mais baixos acompanhados da redução dos direitos trabalhistas como consequência das últimas reformas trabalhistas.

A União Sindical Operária também alertou que a taxa de proteção dos desempregados foi reduzida para 57,3%, o que supõe que quase três milhões de espanhóis desempregados não recebem proteção alguma.

Entre os partidos, a Esquerda Unida (EU) considerou desoladora a notícia do desemprego, pois 92% dos contratos assinados são de caráter temporário e a metade em meia jornada.

O deputado Alberto Garzón disse aos repórteres que critica o modelo da precariedade e declarou que a EU propõe tirar um milhão de pessoas do desemprego com 0,92% do produto interno bruto, quantidade inferior à dedicada em um ano ao resgate financeiro.

Fonte: Prensa Latina