Paraguai: Cartes diz que seu partido pode perder o governo

A intensa briga pelo controle da organização nas eleições internas que acontecerão neste ano, a multiplicação de grupos que aspiram impor linhas políticas e econômicas no governo e críticas públicas contra Cartes de vários dirigentes colorados desataram o temor do presidente.

A história vem desde a chegada de Cartes ao poder como candidato dessa organização sem nunca ter pertencido a ela e a frustração da cúpula partidária pela constituição do governo com preferência para tecnocratas e empresas particulares do chefe de Estado.

Passada a euforia da vitória eleitoral fez-se patente a insatisfação dos políticos aspirantes aos cargos mais bem remunerados em postos estatais .

A divisão ficou mais clara quando Cartes obteve o apoio da presidenta do Partido, Lilian Samaniego, a seu estilo de acumular o poder de decisões sem muita atenção aos critérios partidários e a preferência de se apoiar mais nos técnicos que nos políticos.

A organização viu-se estremecida também pelo alto número de militantes, dirigentes regionais ou departamentais e legisladores denunciados e até acusados frente os tribunais por conexão com casos de corrupção e vínculos com o narcotráfico.

No fim, a verdade é que existem pelo menos quatro grupos de dirigentes aspirando ganhar a presidência dos colorados, cada um com o apoio de parlamentares e empresários, prontos a lutar até o final em eleições internas e a imposição de candidatos para as eleições municipais deste ano.

Tal crise provocou a advertência dramática de Cartes procurando impedir que estoure em pedaços o agrupamento político que precisa de respaldo frente ao aumento das tensões sociais.

Fonte: Prensa Latina