Fátima Teles: A origem do Carnaval
O Carnaval é considerado a maior festa popular do Brasil. A palavra Carnaval tem origem no Latim, carnislevale, significando a retirada da carne. Relacionando-se com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres do mundo.
Por Fátima Teles*, para o Vermelho
Publicado 13/02/2015 13:18

A História remonta à Antiguidade, a Mesopotâmia, a Grécia e Roma.
Na antiga Babilônia, Região da Mesopotâmia, duas grandes festas aconteciam naquela região e possivelmente deram origem ao que nós entendemos hoje por carnaval.
As saceias eram uma festa onde havia a inversão das posições sociais. O prisioneiro representava por alguns dias a figura do Rei, alimentando-se fartamente como ele, vestindo-se e podendo dormir com as esposas do Rei. Ao final das saceias o prisioneiro era chicoteado e levado á morte.
A outra festa era realizada pelo Rei e acontecia nos dias que antecediam a primavera, marcando a entrada do novo ano naquela região. O Rei se submetia a surras de fronte ao templo de Marduk,um dos primeiros deuses da Mesopotâmia, para demonstrar ao povo a obediência ao deus. Logo após o ritual, ele assumia novamente o poder.
Os bacanais, festas de origem Greco-romanas, eram festas dedicadas ao deus do vinho, representada pela figura do deus Baco, chamado de Dionísio para o povo grego e por isso apelidada de festas dionisíacas. Nessas festas as pessoas se entregavam aos prazeres mundanos. Algumas pessoas referenciam a origem do carnaval às festas de Baco, festas dionisíacas.
Na antiga Roma havia duas festas chamadas de saturnálias e lupercálias. Essas festas eram conhecidas pela inversão de papéis ou posições sociais. Os escravos ocupavam o lugar de seus senhores, assim como os seus senhores ocupavam os seus lugares, o lugar dos escravos. Isso durava alguns dias e a igreja passou a não ver com bons olhos essas festas, pois, para a igreja assim como acontecia a inversão de papéis sociais, poderia também haver a inversão de papéis espirituais e dessa forma o demônio poderia ocupar o lugar de Deus, ficando assim ameaçado o poder da Igreja Católica.
Com a criação da quaresma a igreja resolveu interferir nas comemorações dessas festas, conseguindo manter a realização das mesmas nos dias que antecediam a mesma (quaresma).
No Século XI, época Medieval, os Carnavais eram comemorados no período fértil para o plantio da agricultura. Os jovens se vestiam de mulheres e adentravam as casas com a permissão de seus donos e beijava as moças da casa.
Na época do Renascimento Italiano aconteciam apresentações teatrais improvisadas, desfiles com carros alegóricos e utilização de máscaras. Era uma espécie de Carnaval.
O Carnaval no Brasil teve influência europeia, advinda de Portugal, na época Colonial, com o nome de Entrudo. Era um Carnaval de rua onde os participantes eram os escravos.
O Entrudo era uma brincadeira de rua onde as pessoas dançavam e jogavam água entre si. Havia a presença de bonecos gigantes, que eram chamados de “entrudos”.
Logo depois foram incorporados os ranchos, cordões, escolas de samba, os bailes de salão, o frevo, o maracatu, afoxés, marchinhas e trios elétricos acompanhados de blocos de rua.
Não podemos esquecer a figura emblemática de Chiquinha Gonzaga na História do Carnaval brasileiro, uma vez, que a mesma foi a primeira compositora popular do Brasil, autora da primeira marchinha carnavalesca brasileira chamada de “Óh abre alas”. Sendo também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
*Fátima Teles é assistente social
Referências
http://www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval.htm
http://www.mundoeducacao.com/carnaval/as-origens-carnaval.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrudo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chiquinha_Gonzaga