Volume morto do Cantareira pode trazer riscos à saúde, afirma promotor
Em declaração à sessão da CPI na Câmara Municipal que estuda contratos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o promotor de Justiça e secretário executivo do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Ricardo Manuel Castro, alertou que o uso da chamada segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira poderia causar malefícios à saúde.
Publicado 18/03/2015 17:34

"Além dos problemas ambientais, a captação do volume morto tem trazido um crescimento do volume de cianobactérias em algumas das represas que compõem o Complexo do sistema Cantareira. Isso é preocupante do ponto de vista da saúde pública. Temos investigações sobre a qualidade da água do Cantareira e do Alto Tietê para verificar os riscos à saúde púbica e as medidas da Sabesp para corrigir essas distorções”, diz.
Décadas de gestão tucana promovem sucateamento da Sabesp
Em relação às recorrentes declarações da Sabesp culpando os fatores climáticos pela falta d'água, o promotor afirma que a má gestão e falta de planejamento influenciaram o colapso hídrico, "há pelo menos 12 anos, a Sabesp e o governo do Estado praticamente nada fizeram em termos de obras para reduzir a dependência da região metropolitana do Sistema Cantareira, e hoje anunciam pacote de obras dispensando as licitações e dispensando, muitas vezes, o estudo ambiental necessário", conclui.
Com o fim das chuvas de março e um longo período de estiagem que se aproxima, o Sistema Cantareira conta hoje com apenas 15,6% da capacidade do volume morto. A Sabesp não descarta aplicar o uso do rodízio.
O Sistema Cantareira abastece 11 milhões de habitantes na região metropolitana de São Paulo.
Laís Gouveia, com informações do Estado de S.Paulo