Ato Em Defesa da Democracia reúne população no Forte do Barbalho
Parlamentares, jovens, integrantes dos movimentos sociais, sindicais e populares estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (1º/04), no Forte do Barbalho, um dos principais locais de tortura da ditadura militar na Bahia, durante o ato Em Defesa da Democracia.
Publicado 01/04/2015 21:58 | Editado 04/03/2020 16:14
A iniciativa aconteceu em diversas capitais brasileira na terça-feira (31), mas o estado decidiu pelo 1º de abril, data que marca o golpe militar de 1964. De acordo com o Fórum dos Movimentos Sociais da Bahia, responsável pela realização do ato, o objetivo é fortalecer e reafirmar a democracia brasileira, que tem sofrido sucessivos ataques da direita política e da mídia golpista.
Para o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, o golpe de 64 representa o período mais difícil dahistória do país. O ato desta quarta, segundo ele, tem um simbolismo muito forte e comunga com motivações similares as da época da ditadura: combate a inflação, defesa do petróleo e contra a corrupção.
O padre José Carlos, integrante do Grito dos Excluídos, afirmou que o encontro no Forte do Barbalho “tem o intuito de colocar outro sentido histórico nesta casa de tortura. Precisamos perseguir a liberdade para que todos possam no livre pensamento das suas falas, viver com dignidade e promover mudanças na sociedade.”
Segundo ele, iniciativas como esta devem ser levadas para as periferias da cidade, locais em que estão as pessoas que votaram pela manutenção do atual projeto político em curso no Brasil.
Presente no evento, o ex-deputado federal e ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, declarou que a fase obscura pela qual o país passou não voltará, pois a população não irá aceitar retrocesso. “Precisamos estar atentos em relação as investidas desta mídia golpista e destas forças retrógradas, que querem a todo custo cercear a democracia brasileira. Este é um dos locais onde houveram as mais fortes torturas na Bahia. Não podemos esquecer o que aconteceu aqui.”
De acordo com a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), a sociedade brasileira está passando por um momento delicado e é necessário total cuidado e atenção. “Aqui, neste Forte, estamos fortalecendo a democracia e reverenciando a memória daqueles que enfrentaram bravamente os algozes da ditadura militar. Não nos calaremos”, declarou.
O Fórum dos Movimentos Sociais da Bahia é composto pela CTB, CUT, UNE, UBES, ABES, MST, Movimentos de Moradia, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, Intersindical, UJS, UEB, Unegro, UBM e Cebrapaz.
De Salavdor,
Ana Emília Ribeiro