Marcha das Margaridas homenageia líder histórica da luta pela terra

A paraibana Elizabeth Teixeira recebeu, nesta quinta-feira (30), o livro fotográfico de memória das Marchas das Margaridas, em Brasília. O exemplar foi entregue à líder histórica da luta pela Reforma Agrária pela secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho, a pedido da secretária de Mulheres da Contag, Alessandra Lunas.

Livro da marcha das margaridas - Paulo Henrique Nascimento/MDA

Elizabeth foi uma das grandes homenageadas da 4ª Marcha das Margaridas, realizada em 2011. Nascida em 1925 na cidade de Sapé, na Paraíba, Elizabeth assumiu a presidência da Liga dos Camponeses de Sapé depois que seu marido, João Pedro Teixeira, foi assassinado a tiros por coronéis da região devido à luta na entidade. Elizabeth tinha onze filhos e lutou duramente não apenas contra o latifúndio, mas também contra a opressão do regime militar.

Passou oito meses presa, um dos seus filhos foi assassinado e sua mais velha cometeu suicídio. Mesmo assim, a camponesa não desistiu e é considerada um exemplo de luta aguerrida contra a fome, a opressão, a exploração e repressão da força de trabalho no campo.

Suas reivindicações por melhores condições de sobrevivência do camponês e a luta pela implantação de uma reforma agrária justa no país vivem em todas as mulheres, todas as Elizabethes e todas as Margaridas.


O livro foi entregue à Elizabeth pela ecretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho


A publicação, produzida pela fotógrafa e historiadora Claudia Ferreira, reúne 150 fotos que contam a história do movimento das agricultoras nos últimos 15 anos. Elisabeth está retratada no livro que foi lançado nessa quarta-feira (29), na sede Contag em Brasília.

Além de exemplares impressos, a publicação estará disponível no site da Contag e uma edição digital (e-book) poderá ser baixada também gratuitamente nos sites da Livraria Cultura e da Amazon.

Lutas agrárias

As Ligas Camponesas foram um movimento de luta pela reforma agrária no Brasil iniciado na década de 1950, que organizavam milhares de trabalhadores rurais que viviam como parceiros ou arrendatários, principalmente na Região Nordeste. O principal incentivador do movimento foi o advogado e deputado Francisco Julião (1915-1999).